tag:blogger.com,1999:blog-44897230397085238932024-03-12T17:49:48.583-07:00Psicoterapia & Neurociências.Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.comBlogger33125tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-56735124750378004042012-04-18T08:34:00.000-07:002012-04-18T08:34:33.272-07:00Terapia do Esquema.Apresento o inicio da série de fichamentos relacionados ao livro: Terapia do Esquema de J.Young, J.S.Klosko e M.E.Weishaar.<br />
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Estudo esta metologia também por acreditar que ela me ajuda a ampliar, aprofundar, desenvolver e manejar clinicamente conceitos básicos desenvolvidos inicialmente por Wilhelm Reich como traço, estrutura e analise do caráter. Destes estudos, quando aprofundados e sistematizados pelo próprio ( 1933) e posteriormente por seus “seguidores“, emergiu a clinica reichiana, a Analise do Caráter. Com a descoberta do orgone, o próprio autor, pareceu ter relegado estes aspectos a um segundo plano pois a própria formação dos traços de caráter foram vinculados aos bloqueios energéticos mais como sintomas do que como expressões destes. Por isso, os aspectos cognitivos dos traços, assim como os mesmos, saíram do foco atencional dos terapeutas comprometendo em muito a eficácia e eficiência da metodologias que se superpuseram a ela: vegetoterapia caractero-analítica e orgonoterapia.<br />
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Interessante verificar que mesmo Reich sendo o autor da Analise do Caráter, e esta fazer parte de seu "periodo psicanalítico", e ser reconhecido como importante e fundamental referencia neste estudo e conhecimento, ele não está incluído nas referencias bibliográficas da TE. Talvez por isso, a TE se auto intitula como uma metodologia inovadora e integradora. <br />
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As principais referencias dentro da Terapia Cognitiva Comportamental citam Reich. A Gestalt que é assumidamente uma referencia para a TE tem em muitos de seus pressupostos, princípios e axiomas desenvolvidos por W.Reich. Então é minimamente estranho. Mas a intenção aqui não é a denúncia e/ou fomentar a briga por poder e financiamentos mas sim mostrar que o caminho inicialmente trilhado por esta grande e polemica pessoa - W.Reich - ainda representa para muitos, iniciados ou não, o “Caminho Real para a consciência”.<br />
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Att,<br />
Fabian Dullens.<br />
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FICHAMENTO TERAPIA DO ESQUEMA.<br />
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Proposta de terapia inovadora e integradora ,desenvolvida por Young e colegas, que amplia significativamente os tratamentos e conceitos da TCC.<br />
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Mescla elementos das escolas Cognitivas Comportamentais, de apego, relações objetais, gestalt, construtivista e psicanalítica.<br />
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Pacientes com problemas caracterológicos e com transtornos de personalidade não respondem totalmente a tratamentos CC tradicionais.<br />
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Resistência aos protocolos de tratamento, pouco contato com suas cognições e emoções- evitação cognitiva e afetiva/rigidez caracterologica e do próprio esquema. Os conflitos e problemas apresentados são egossintonicos - centrais a seu sentimento de identidade.<br />
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Na tcc a relação paciente-terapeuta não é um foco importante do tratamento e são vistas mais como obstáculos a serem superados. Pacientes dificeis de tratar tiveram relacionamentos pessoais disfuncionais desde cedo e por isso tem dificuldades em estabelecer uma aliança terapêutica funcional. Como as questões interpessoais costumam ser o problema central , a relação terapêutica constitui-se em uma das melhores áreas para se avaliar e tratar esses pacientes .<br />
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Falta de discernimento em relação a problemas -alvo nos pacientes com problemas caracterologicos. Apresentam problemas vagos, crônicos e difusos e com pouca qualidade de vida.<br />
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Abordagem sistemática. Pode ser breve, de médio ou longo prazo, dependendo do paciente. Ênfase à investigação das origens infantis e adolescentes dos problemas psicológicos, às técnicas emotivas, à relação terapeuta-paciente e aos estilos desadaptativos de enfrentamento. Volta-se ao tratamento dos aspectos caracterologicos e não aos sintomas psiquiátricos agudos. Usando os modelos desenvolvidos pela TE, os pacientes obtem a capacidade de perceber os problemas caracterologicos como egodistonicos e, assim, de se capacitar para abrir mão deles. <br />
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Quando os pacientes repetem os padrões disfuncionais baseados em seus esquemas, o terapeuta os confronta, empaticamente, com razões para a mudança e de uma “recuperação parental limitada”<br />
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Esquemas: qualquer principio organizativo/tema/padrão amplo que um individuo use para entender a própria experiência de vida e seus relacionamentos, formados em etapas iniciais da vida - infância e adolescência-e elaborado ao longo da vida- através de experiências nocivas repetidas e reforçadas regularmente , constituído por memórias, emoções e sensações corporais e disfuncional em nível significativo- autoderrotistas. .<br />
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Nem todos os esquemas fundamentam-se em traumas ou maus tratos. Começam como representações do ambiente da criança baseados na realidade e são ativados na vida adulta por eventos que percebem ( inconscientemente) como semelhantes as experiências iniciais desadaptativas e por isso carregadas com fortes “emoções negativas”: aflição, medo, raiva, vergonha,...(aspas minha). As razões atribuídas pelo paciente para esta dinâmica podem ser equivocadas , mas sua sensação básica sobre o clima emocional e a forma como foi tratado quase sempre é valida<br />
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As pessoas se sentem atraídas por eventos que ativam seus esquemas levando-as a recriar, inadvertidamente, quando adultas, as condições iniciais que lhe foram mais prejudiciais. Os esquemas lutam para sobreviver - coerência cognitiva. Embora cause sofrimento é familiar - zona de conforto<br />
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O comportamento desadaptativo não pertence ao esquema em si mas desenvolve-se como respostas a um esquema<br />
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Resultam de necessidades emocionais não satisfeitas na infância. A TE postula 5: 1)vinculo seguro com outros indivíduos( inclui segurança, estabilidade, cuidado e aceitação); 2) autonomia, competência e senso de identidade; 3) liberdade de expressão, necessidades e emoções validas;4) espontaneidade e lazer e 5) limites realísticos e autocontrole.<br />
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Em nosso modelo, os 18 esquemas estão agrupados em 5 categorias amplas de necessidades emocionais não-satisfeitas a que chamamos de “domínios de esquemas”: 1) desconexão & rejeição; 2) autonomia & desempenho prejudicados; 3) limites prejudicados; 4) direcionamento para o outro e 5) supervigilancia & inibição.<br />
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Os esquemas desenvolvidos mais cedos e mais fortes geralmente se originam na família nuclear. Esquemas desenvolvidos posteriormente não costumam ser tão impregnado ou tão poderosos<br />
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4 tipos de experiências nocivas que estimulam a aquisição de esquemas: 1) frustração nociva das necessidades; 2) traumatização ou vitimização; 3) pais lhe proporcionam em demasia algo que , moderadamente, seria saudável. Demasiada indulgência. Não se atende às necessidades emocionais de autonomia ou limites realistas. Pais exageradamente envolvidos na vida na criança, superprotegendo-a ou dando-lhe liberdade e autonomia sem limites e 4) internalização ou identificação seletiva. Criança identifica-se seletivamente e internaliza pensamentos, sentimentos, experiências e comportamentos dos pais ( “padrão relacional”. Acréscimo meu). Algumas destas identificações e internalizações se tornam esquemas, modos ou estilos de enfrentamento.<br />
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Acreditamos que o temperamento determine em parte se um individuo irá se identificar e internalizar as características de uma pessoa importante.<br />
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O temperamento emocional é um outro fator importante, além do ambiente remoto da criança, que também cumpre papel fundamental no desenvolvimento de esquemas.<br />
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Diferentes temperamentos expõe, de forma seletiva, as crianças a diferentes circunstancias de vida.<br />
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A socialiabilidade mostrou-se um traço de destaque em crianças com alta capacidade de recuperação, que prosperam apesar de abusos e negligencia.<br />
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Em nossa observação, há possibilidade de um ambiente remoto extremamente favorável ou adverso sobrepujar em muito o temperamento emocionalFabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-3099439639459048822012-03-22T11:42:00.002-07:002012-03-22T11:42:55.198-07:00<div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Olá, agradeço a visita e sinta-se bem vind@! </span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Minha expectativa é divulgar o paradigma neurodinâmico, promover um intercâmbio de idéias e pessoas envolvidos com o tema psicoterapia & neurociências e apresentar o meu trabalho, estudos, pesquisas e conhecimento para aqueles que se identificarem com sua proposta.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Eu sou psicólogo com 20 anos de experiência clinica - USU 1987/1992 - dentro do campo das psicoterapias corporais. Minha formação não é convencional pois minha inquietude e inquietações dificultam a emergência de raízes em espaços marcados por relações do tipo guru-discipulo e subjetividade - mercado.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Elas estão basicamente relacionadas a uma perspectiva cientifica- natural e ao materialismo dialético. Acredito em mentes e subjetividades ancoradas no corpo e uma corporeidade ancorada na mente, especificamente no cérebro, dentro de uma unidade somatopsicodinâmica. </span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Dentro do campo das psicoterapias corporais, especificamente nas psicoterapias reichianas e pós-reichianas, minha atenção se foca na relação com as neurociências e no comprometimento ético de tal conhecimento.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Acredito que este tipo de conhecimento agrega competências técnicas e emocionais fundamentais para a compreensão e manejo de temas tão complexos e fundamentais, como subjetividade e saúde mental, não só para o campo das psicoterapias mas para tod@s aquel@s comprometidos com a vida e com o viver bem. Sim, é possível viver bem.</span></div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal"><span style="font-family: Verdana, sans-serif;">Obrigado.</span></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-54646074779335593822011-11-08T19:02:00.000-08:002011-11-08T19:02:49.451-08:00HUMANIDADE EM XEQUE? - Henrique Schützer Del NeroO campeão mundial de xadrez perde para um computador e a humanidade pensa estar em xeque. Será o xeque-mate? Não, ainda vai demorar algum tempo para que esse risco deva ser levado a sério. O momento é de dirimir dúvidas antropomórficas sobre a emergência de raciocínio e inteligência em máquinas. Para isso, é preciso que entendamos a correta relação entre cérebros e computadores.<br />
A analogia entre o computador Deep Blue e Kasparov é indevida: o primeiro faz milhões de cálculos por segundo, usando uma lógica digital (sim ou não, 0 ou 1); o segundo utiliza uma forma analógica de processamento (todas as gravações possíveis entre um número e o outro, incluindo aí o 0 e o 1).<br />
O processamento analógico somado à simultaneidade de múltiplos canais dota o cérebro de capacidades insuspeitáveis a Deep Blue. O digital, somado à velocidade do chip de sílica, é capaz de nos derrotar no xadrez. Nas metáforas, alegorias, cenários complexos e, sobretudo, na capacidade de engendrar sociedade e moral, ainda não.<br />
Algumas dicotomias são fundamentais para que se entenda a diferença entre o cérebro humano, dotado de mente e personalidade, e o computador Deep Blue. Deep Blue tem um conjunto harmônico de<br />
processadores centrais comandando suas operações; Kasparov não tem qualquer sucedâneo de controlador central. Deep Blue tem memórias com endereços claros, sensíveis à destruição por qualquer curto-circuito; Kasparov tem memórias distribuídas por grande parte de seu cérebro, o que faz com que resista ao envelhecimento sem que com isso se apaguem arquivos inteiros e se percam referências vitais. <div>Deep Blue não aprende, não tem infância, não interage com os outros e não descobre a mentira como artificie da separação entre o mundo interior do desejo e o exterior da repressão; Kasparov aprende e se organiza de acordo com a experiência pretérita, sua e de sua cultura. </div><div>Deep Blue opera através de um programa, em que pese programa sofisticado que permite a harmonização sincrônica dos múltiplos processadores (pseudo-noção de processamento paralelo, tecnicamente chamada de processamento cooperativo), mais ainda assim software; Kasparov tem processamento paralelo legítimo, sem controlador central, operando sem software bem delimitado - no cérebro tanto software quanto hardware se mesclam numa só operação de oscilação e sincronização de neurônios.<br />
Só existe mente quando, ao perigo de falhar no cálculo, se acrescenta o perigo de falhar na expectativa depositada sobre si. Essa carga humana, ainda hoje dificilmente reproduzível em máquinas. As emoções e a<br />
vontade, propriedades inimagináveis a Deep Blue, coroam e colorem a nossa espécie. Enquanto a máquina não as tiver será apenas uma traquitana sem inteligência genuína. </div><div>Deep Blue não tem estilo; Kasparov tem estilo; </div><div>Deep Blue não tem humor; Kasparov não voltará a ter tão cedo.</div><div> Problema técnico suplementar advém da natureza digital-formal de Deep Blue. Como quase todos os sistema desse tipo, está sujeito à parada (isso é tecnicamente conhecido como problema de indecidibilidade de<br />
gödeliana e parada de uma máquina de Turing, espécie de computador teórico ideal, infinitas vezes superior a Deep Blue) fato que o impedirá de decidir sobre o passo seguinte ou sobre a verdade ou falsidade de uma sentença. </div><div>A consciência humana, ponto nodal da mente que emerge do cérebro, não exibe “parada” diante de determinados problemas em que Deep Blue entraria em looping (vulgo “parafuso”). Isso advém da natureza analógica do processamento cerebral como querem ou talvez - segundo os mais afoitos cientificamente -</div><div> de sua natureza quântica e não-algorítmica (isto é, não calçada no seguir regras estritas, bem delimitadas e seqüenciais de operação).<br />
Um computador ou qualquer máquina que um dia seja programada com o código analógico que utilizamos talvez seja capaz de crescer, aprender, inserir-se na comunidade e agir como nós. Para isso a máquina não<br />
será programada nem terá a velocidade do computador da IBM; sua inteligência não será programa que avalie exaustivamente a hipótese já pronta, mas algo capaz de criar teorias a partir de um pouco, testando-as<br />
transformando-as em conhecimento legítimo. </div><div>Um computador que precisa percorrer o planeta inteiro inspecionando cada gato, cortando-o em fatias e<br />
decompondo-o ao limite, nem por isso será capaz de entender a graça e o humor do desenho simples do gato Garfield comedor de lasanhas. Deep Blue dificilmente entende metáforas e nós rapidamente as entendemos. </div><div>Afinal, a mente que surge da comunhão dos neurônios não é substância imaterial, espírito ou alma. É antes de tudo uma propriedade da matéria física cérebro em contato com a linguagem e a cultura.</div><div> Dota-se uma máquina do correto código cerebral, fazendo-a interagir dinamicamente com outras, quer na ação pura, quer na ação valorada e prudente, e teremos uma réplica do humano. Porém, não se assustem aqueles que vêem nessa possibilidade o final dos tempos. Não sabemos ainda qual o código analógico que o cérebro utiliza na forja do mental e nem temos máquinas que o repliquem na totalidade. </div><div>A tarefa de estudar esse código, de compreender o surgimento do pensamento, da inteligência, da emoção, da vontade, da memória, criando-lhes análogos artificiais que nos auxiliem em diferentes tarefas é função da ciência cognitiva, super disciplina com quase 50 anos de idade no Primeiro Mundo, mas no Brasil ainda vista com um certo desdém.<br />
Quando não é entendida como um fenômeno biológico localizado no cérebro humano, a mente fica acuada como Kasparov na sexta e última partida da disputa com Deep Blue. Essa incompreensão gera um sem-número de flancos para a proliferação do esoterismo desenfreado, para os manuais de auto-ajuda, para a irracionalidade que campeia e de que se servem os ignorantes e também os arrivistas que vendem bem-estar e salvação para a mente que sofre.<br />
Gera ainda subproduto danoso que é a não aceitação de que a mente, como qualquer função do corpo pode adoecer. Nesse sentido, a figura emblemática de Deep Blue, antes de sitiar a condição humana, pode resgatá-la do desvario pseudo místico, recolocando a mente no cérebro e o conhecimento sobre eles no<br />
devido lugar, menos devassado aos “achismos” dos esotéricos afoitos, encantados com barroquismos lingüísticos pseudo-significativos.<br />
O xeque imposto à condição humana com conseqüência mais danosa que o desconhecimento da natureza cerebral da mente normal e desviada é a perda de valores claros na relações sociais. Sabe-se hoje que a ética e a solidariedade, antes de imposições externas, sociais ou religiosas, são atributos biológicos. Os macacos as têm; também animais inferiores. Computadores, por ora, nem sequer a esboçam, demonstração clara do quanto seus projetistas pretendem resolver problemas, porém nem de longe semelhantes aos dilemas<br />
humanos. </div><div>Será que nós, que somos o ponto apical da biologia do ser vivo, vamos deixar que o sistema econômico e político dos dia de hoje nos faça pensar que a mente é apenas algo forjado para dissimular, esconder, auto-emancipar, esquecendo-nos da solidariedade e respeito com o semelhante?<br />
A mente e a humanidade estão em xeque se não entendermos que o cérebro cria a consciência individual e a coletiva (o computador joga xadrez mas não há ninguém que lhe ouse imputar a consciência ). Da interação entre as consciências pode surgir uma comunidade de deveres e direitos pleno, com alguma justiça que preserve a todos. Do contrário, serão a barbárie e a aniquilação. </div><div>Não estamos em xeque pela máquina digital. Seremos um dia replicados em máquinas e espero que elas não pratique o jogo no qual temos demonstrado habilidade infinita: a hipocrisia e o descaso com o semelhante que<br />
anda à mingua desempregado e excluído. </div><div>Mas é preciso cuidado, pois os computadores que surgirem dessa época de individualismo desenfreado<br />
poderão também saber jogar pôquer - blefando inclusive - e o jogo poderá ser desigual. Podem surgir tiranos nunca dantes vistos entre as máquinas, tais como já vimos surgir entre os seres humanos.<br />
O problema deste final de milênio não reside na replicação e execução de funções mentais por computadores, fato que cedo ou tarde ocorrerá.<br />
Reside, outrossim, no modelo de ser humano e sociedade com que<br />
recepcionaremos essa nova classe artificial de convivas do circo social.<br />
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<a href="http://www.din.uem.br/~ia/maquinas/henrique.htm">http://www.din.uem.br/~ia/maquinas/henrique.htm</a><br />
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</div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-27592314403184943882011-11-08T18:26:00.000-08:002011-11-08T18:26:43.539-08:00A MENTE SITIADA- Henrique Schützer Del Nero (IEA-USP)<div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Uma psicologia séria, em tempos de mercado soberano, pode tornar-se refém de um dilema: adular o público, ainda</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">que com teorias forçadas, às vezes mentirosas, ou elevar o nível, correndo o risco de não ser ouvida. O consumidor,</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">esse tiranete que escolhe o que lhe apraz, agora é fórum de decisão sobre o rigor e a precisão da informação. A</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">satisfação do cliente pode em certos casos levar à adulteração ou à maquiagem do produto. Adulteração, quando se</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">vendem inverdades sob a aura de ciência. Maquiagem, quando se vende o óbvio, travestido de novidade de última</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">geração. Ou bem entendemos que a lógica do mercado admite até mesmo a mentira, ou reformulamos alguns dogmas</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">acerca do compromisso com formação e educação. Talvez tudo não passe de efeito colateral da sociedade livre:</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">pluralismo ou tentativa de conciliar, sob a aura de igualdade, o inconciliável.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">A mente que se vende por ai lembra televisão sem circuito e com duendes mágicos que protagonizam os espetáculos.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Essa mente parece não ter cérebro a lhe dar suporte - pelo menos cérebro como entende a ciência e não como</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">propalam seus mistificadores -, não adoece e pode o que quiser, desde que mentalize, tome vitaminas e consuma</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">baboseiras. Uma ciência do mental pode, por ora, afirmar que há um recrutamento dinâmico de populações de células</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">- neurônios - que, dada a complexidade do processamento dos sinais elétricos, sincronizam em diferentes freqüências.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Tal fosse o comitê de uma empresa, a mente não é um departamento alojado neste ou naquele pedaço do cérebro; é um modo de reunião, em diferentes locais, que valoriza a regra de convocação - código neural - e não qualquer elemento que tivesse assento estável no comitê. Por isso é cérebro e não é, na medida em que se podem substituir os integrantes de cada comissão, desde que respeitada a lógica da convocação. Sem isso não haveria reabilitação neurológica epsiquiátrica. Tampouco haveria distúrbio ou lógica.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">As empresas também precisam de saúde mental? Claro, perdem-se bilhões de dólares por ano somente com depressão,</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">sobretudo devido à perda de produtividade. Mas em lugar de chamar o especialista, compra-se um modismo para</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">"levantar o moral do pessoal". Seria bom, se não fosse péssimo. Bom, porque não faz mal dizer obviedades. Mal,</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">porque faz muito mal dizer obviedades.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">A mente é um produto do cérebro. São bilhões de neurônios e trilhões de conexões. Vai daí que deve apresentar</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">algumas limitações e algumas desregulagens. Seria bom dizer que a mente é fantástica, mas é muito ruim dizer que</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">pode o que quiser. Seria bom dizer que presume um equilíbrio entre o pensamento, a emoção e a vontade, mas é muito ruim batizar equilíbrio, harmonia e educação como “inteligência emocional”. Faz mal dizer obviedades porque a tirania se impõe não pelo que afirma, mas pelo que omite.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Ciência séria quase não dá manchete, mas o público a venera quando liga o celular ou quando experimenta o mictório</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">com descarga acionada por célula fotoelétrica. Ama-se a tecnologia, braço menos nobre da ciência. Menos nobre</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">porque comprometido com o imediato, com o prático, com o lucro e com o retorno fácil. Ciência é estrutura;</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">tecnologia é conjuntura. Mas numa sociedade de agrado ao consumidor a conjuntura precede e determina a estrutura.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Falar de uma mente que permanece refém do discurso do espírito nos últimos séculos, situá-la no cérebro, dizer que</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">tem limites, que pode adoecer, isso não faz sucesso. Ao contrário, recheá-la de misticismo, duendes, anjos, esoterismo,</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">vitaminas, vida natural, amor (embora não ao próximo, nem aos excluídos), vidas passadas e outras tantas coisas</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">vende aos montes.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Tiranizados por alguns sábios do mercado livre e da sabedoria, resta-nos, para falar da mente, de seu sítio cerebral e</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">de seu poder, limites, anomalia e remédio, mantê-la trancada na pequena reunião de iniciados acadêmicos. Pena. Com</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">isso perdem o público que não se submete a abandonar velhos preconceitos; a imprensa que apenas informa,</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">atravessadora passiva de informação que deveria interpretar e discutir; a sociedade, enfim, que poderia aprender</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">algumas lições.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><b>Primeira lição:</b> desconfie dos milagres que se apregoam acerca da mente e do cérebro. Embora tenhamos ido longe,</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">nossa ignorância científica é maior do que pensam aqueles que se encantam com qualquer best-seller. Sabe-se muito</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">mais do que a mente não é capaz que daquilo que é capaz. Quem conhece boa ciência sabe que é melhor procurar cisne preto para derrubar a afirmação de que todos os cisnes são brancos. Quem se encanta com truísmos vive</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">exclamando e cortejando gente que diz que cisnes são brancos e cada ano mostra um para confirmar a teoria.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><b>Segunda lição:</b> entender a relação da mente com o cérebro, a complexa articulação que propiciou que surgissem</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">linguagem, sociedade, sujeito público e privado e, no cume disso tudo, moral, requer caminho tortuoso.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><b>Terceira lição:</b> a satisfação não é o melhor critério para testar teorias, como não o é mostrar o cisne branco. Quando</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">lançamos hipóteses científicas importa tanto o que se afirma quanto o que se nega, e em que condições. Uma mente</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">ilimitada não é mente, é mágica.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><b>Quarta lição</b>: se vamos formar alguém e ao mesmo tempo ter nesse alguém um julgador impiedoso, balizando nossa</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">atitude pela sua satisfação, então não eduque mais os filhos, não reprove mais o mau aluno e, por favor, somente dê</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">ouvidos à vizinha e ao clamor das ruas, ainda que esse clamor peça pela quiromante, pela caça ao boi gordo no pasto e</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">pela volta da ditadura.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><b>Quinta lição:</b> afora distúrbios mentais que devem ser precocemente diagnosticados e tratados, não há nenhum</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">conhecimento sólido sobre cérebro e mente que possa ser vendido na porta da empresa, da escola ou da sua casa, sem</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">que haja uma forte dose de oportunismo em jogo.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Desconfie quando alguém falar da mente e não citar, ato contínuo, sua natureza cerebral, suas limitações como</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">qualquer órgão físico, sua capacidade de comunicação e, pasme, o fato de estar no cérebro animal a origem funcional</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">do comportamento ético, não sendo mero fruto de época, "coisa de nossos avós" diria o enricado sem escrúpulos.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Alguns autores bem sucedidos, disputados a tapa pelas editoras e por uma mídia nem sempre coerente, gostam de falar</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">de uma mente que é apanágio de sucesso pessoal. Outros poucos, menos lidos, mais áridos, procuram lembrar que a</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">mente nasceu de um cérebro que está num animal mais frágil de corpo que a raposa e o tubarão, criança pequena de</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">tão longa gestação e infância, mas que pela razão e pela reunião solidária pode fazer vingar a espécie humana.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />
</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><b>HENRIQUE SCHÜTZER DEL NERO</b> é médico psiquiatra formado pela USP. Bacharel e Mestre em Filosofia pela</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">USP. Doutorando do Depto.de Engenharia Eletrônica da POLI-USP. Coordenador do Grupo de Ciência Cognitiva do</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Instituto de Estudos Avançados da USP.Atividade em consultório privado de psiquiatria e psicoterapia há 13 anos.</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Regularmente faz palastras e escreve textos sobre ansiedade e distúrbios emocionais para os alunos do Anglo</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">Vestibulares. É autor de O Sítio da Mente: Pensamento, Emoção e Vontade no Cérebro Humano", com lançamento</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">previsto para março pela Collegium Cognitio e de O Equilíbrio Necessário, Editora Scippione, com lançamento</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">previsto para o 2osemestre. Tem mais de 35 trabalhos publicados em congressos e revistas técnicas nacionais e</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">estrangeiras sobre modelos interdisciplinares de mente e cérebro</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;"><br />
</div><div style="background-color: white; color: #333333; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; text-align: left;">http://www.lsi.usp.br/~hdelnero/Gazeta1.html[27/11/2009 17:52:47]</div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-6101279874126234192011-08-31T13:15:00.000-07:002011-08-31T13:15:43.034-07:00LINGUAGEM E CORPOREIDADE: UMA PERSPECTIVA NEURODINÂMICA - José Ignácio Tavares Xavier<br />
O paradigma conexionista atualmente em desenvolvimento na linguística, na filosofia,<br />
na psicologia e nas neurociências permite a recuperação de um aspecto-chave da produção<br />
teórica de Wilhelm Reich no seu período pré-orgonômico. O autor propõe uma releitura do<br />
conceito de unidade somatopsíquica valendo-se das noções de esquema corporal e de imagem<br />
corporal de Head a partir da articulação destes aspectos com o arco intencional de MerleauPonty (Gallagher, 1998), o que desemboca num modelo de produção da singularidade pessoal<br />
de onde derivam a constituição da mente e da linguagem conforme o paradigma conexionista<br />
apresentado por Lakoff e Johnson (1980). O resultado parece corroborar o acerto dos<br />
desenvolvimentos reichianos relativamente às complexas interrelações entre corporeidade e<br />
linguagem numa perspectiva monista. Futuras modificações na teoria e na técnica das<br />
psicoterapias corporais poderão emergir a partir desse novo paradigma.<br />
<br />
Link: <a href="http://www.ufrrj.br/seminariopsi/2010/boletim2010-1/xavier.pdf">http://www.ufrrj.br/seminariopsi/2010/boletim2010-1/xavier.pdf</a><br />
Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-70161121377945207862011-08-31T10:56:00.000-07:002011-08-31T10:56:17.455-07:00Processos emergentes. Causalidade ascendente. Causalidade descendente. (até pag.292).A urgência de uma distinção entre as formas afetiva e cognitiva da consciência reclamada por <strong>Panksepp</strong> é importante não apenas para que a organização do SNC ganhe sentido mas, principalmente, para que a compreensão dos fundamentos neurodinamicos da psicopatologia possa produzir novos e consistentes conhecimentos sobre a emergência dos distúrbios mentais e que novas estratégias de tratamento - tanto farmacológicas como psicoterápicas - possam ser disponibilizadas <br />
<br />
<br />
<strong>Thompson e Varela</strong> > propõe uma via causal de mão dupla entre os estados de consciência encarnados e a atividade local dos agrupamentos neuronais > os processos subjacentes ao campo da consciência expressam a atividade integrada das redes neurais de grande escala<br />
<br />
O mecanismo mais plausível para a integração de grande escala consiste na formação de elos neurodinamicos mediados pela sincronização fugaz de múltiplas faixas de freqüência > presença de padrões de atividade neural na faixa theta-gama - 6 à 80Hz > a sincronia é entendida como um processo de fechamento de fase > duas escalas deste fenômeno podem ser identificadas: 1. fechamento de fase de longo alcance - rastreadas durante o engajamento em atividades cognitivas e expressam-se como atividade gama que emerge entre 200 a 260mseg após a apresentação do estimulo - e 2. fechamento de fase de curto alcance ( ligadura perceptual/ perceptual binding ) > o estudo de <strong>Rodriguez</strong> observou que o fechamento de fase é seguido de um período de perda maciça da sincronização neural, o que segundo <strong>Thompson e Varela</strong> “pode refletir um processo de dessincronização ativa, necessário à transição entre diferentes arranjos neurais sincrônicos” que caracteriza o fluxo da variação da atividade cognitiva em termos de padrão neurais de larga escala > relação com o “caso Miriam”<br />
<br />
<strong>Koppel</strong> > os processos acima descritos constituem o paradigma exemplar da auto-organização em termos de redes de osciladores não lineares > os processos emergentes constituem “comportamentos coletivos de grandes conjuntos (neuronais) nos quais a interação dos feedbacks positivos e negativos dão origem a conseqüências desproporcionais (não-lineares) > podem se dar de 2 modos distintos, porém simultâneos e complementares:<br />
<br />
Causalidade ascendente / L ®G / botton- up : emergem como resultado da atividade local e apresentam suas próprias características, duração temporal e domínios de interação;<br />
<br />
Causalidade descendente / G ®L / top-down : características locais do sistema governam ou constrangem as interações locais.<br />
<br />
<br />
Os efeitos descendentes apresentam uma forma diferente dos efeitos ascendentes, manifestando-se tipicamente, através de modificações dos parâmetros de controle e das condições de fronteira <br />
<br />
<strong>PN</strong> > o efeito-moldura emergente da instauração dos traços de caráter constitui um evento de tipo descendente - ancorado nos sistemas de memórias de procedimento - que afeta o comportamento coletivo da rede de neurônios na medida em que o conjunto da estrutura caracterologica engendra parâmetros de ordem que restringem a faixa de flutuação dos componentes individuais da rede > entretanto, o comportamento dos componentes individuais gera e sustenta parâmetros de ordem, o que configura uma interpenetração dialética entre os processos ascendentes e descendentes que desemboca numa causalidade de tipo circular, porém assimetrica<br />
<br />
<strong>MeSAs </strong>> partiria de um acionamento periférico que instiga a oscilação de parâmetros de ordem locais, cujo efeito se espraia pela rede produzindo uma variação nas condições de causalidade ascendente<br />
<br />
As interações verbais e não-verbais entre a dupla terapeuta- paciente constituiriam a fração de causalidade descendente na neurodinamica do processo terapêutico<br />
<br />
Dimensões da corporeidade (<em>embodiment</em>) > os 3 ciclos de operação: 1.regulação organismica, 2.acoplamento sensório-motor “o que o organismo sente é uma função do modo como ele se move, e o modo como ele se move é uma função daquilo que ele sente” (<strong>Thompson e Varella</strong>) e 3. Interação intersubjetiva > são simultâneos, mutuamente infiltrados e se apresentam em constante flutuação de parâmetros. Entretanto, eles também exibem uma certa estabilidade de fundo no nosso modo de operação, o que permite que nos reconheçamos e que sejamos reconhecidos pelos demais. Esta estabilidade nos é conferida em parte pela dotação genética e em parte pelas memórias das experiências ambientais precoces<br />
<br />
A organização subjetiva do adulto emerge das memórias de procedimento esculpidas ao longo das interações ambientais infantis primitivas, e os acoplamentos sensoriomotores com o ambiente afetam tanto os processos emocionais como os conteúdos cognitivos<br />
<br />
<strong>PN & Reich</strong> > conteúdo histórico da psiconeurose acoplado a ansiedade atual > o conteúdo psíquico expressaria a atividade em curso nas áreas cognitivas superiores; o que afeta os estados do corpo e limita os parâmetros de flutuação dos 3 ciclos da corporeidade ( G®L)> do ponto de vista emocional, a ansiedade atual emerge da atividade sustentada dos circuitos emocionais subcorticais; o que compele os conteúdos cognitivos a gravitar em torno a um dado pano de fundo emocional (L®G) > tem então uma condição de causalidade circular, porem assimétrica, ou causalidade recíproca nos termos de <strong>Thompson e Varella</strong>. > no plano individual, a barreira de contato erigida pela estrutura manifesta-se por um padrão de contato atencional com a realidade pautado por padrões resistentes das experiências traumáticas no passado (contato substitutivo). Assim,estados sustentados de pequenos traumas cotidianos cronificados/acumulados parecem estar na origem da formação da couraça > figura 5.3<br />
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Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-1663146455208746442011-08-02T18:48:00.000-07:002011-08-03T09:09:22.068-07:00Sistemas Emocionais. O medo, a couraça e o sentido de Si. (pag 240-260)Segundo <strong>Darwin</strong>, os 1ºs esforços na na direção do estudo das emoções forma feitos por <strong>Charles Bell</strong> em sua Anatomia e Filosofia da Expressão<br />
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<strong>Darwin</strong> > aponta para a universalidade das expressões emocionais e anuncia os 3 princípios fundamentais responsáveis pelas expressões emocionais e gestos involuntários nos homens e animais > 1º - força do habito; 2º - principio da antítese e 3º - ação direta do sistema nervoso.<br />
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Até a década de 60 as expressões faciais eram consideradas meros signos arbitrários, que a criança aprendia. Conforme suas caretas fossem recompensadas ou punidas ( <strong>PINKER</strong> 1997p.365) ><strong> Paul Eckman </strong>apresenta os 1ºs resultados de seus estudos sobre a universalidade das expressões emocionais > <strong>Eibl-Eibesfeldt</strong>, da década seguinte, demonstra a existência de universais das expressões emocionais em crianças cegas e surdas desde o nascimento, evidenciando a existência de uma plataforma neurobiológica das emoções independente da experiência. <br />
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Tanto a tradição behaviorista como a tradição metapsicológica freudiana dominaram o sec.XX, eclipsando a perspectiva oferecida pelas teses reichianas `a compreensão do sofrimento subjetivo > sustentaram uma atitude que colocava os temas subjetivos fora do alcance do inquérito cientifico, ao contrario da posição adotada por <strong>Reich</strong><br />
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Hipótese reichiana > sugeria que os agenciamentos corporais e os regramentos ambientais das emoções engendravam um modelo prevalente de operação do sujeito psíquico que embotava sua capacidade criativa e tornava-o dócil e adaptado às exigências de uma sociedade organizada de modo contrario aos seus legítimos interesses biológicos e sociais > levantava questões filosóficas e sociais de difícil resolução empírica : problema mente-corpo, questionamento dos princípios e valores educacionais do paradigma pedagógico vigente e as distorções impostas pelas relações de poder econômico sobre a vida amorosa e a organização familiar, sobre a formação de valores éticos, sobre a vida sexual das novas gerações e sobre a organização geral da sociedade.<br />
<br />
<strong>PN</strong> > Reich toma o bonde errado da orgonomia sem cérebro > neurociência contemporânea vem pavimentando o caminho para as concepções que contemplam o papel do corpo na produção das emoções e da consciência, remetendo a sua regulação ao SNC.<br />
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Dificuldade na construção de uma classificação consensual e discriminada entre estados emocionais primários ( invariantes neurobiológicos) e secundários ( combinações das emoções primarias que apresenta variações conforme a cultura ).<br />
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<strong>Afinal, o que é uma emoção? </strong><br />
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<strong>LENT</strong> > “é uma experiência subjetiva acompanhada de manifestações fisiológicas detectáveis”<br />
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<strong>DAMASIO</strong> > “conjunto complexos de reações químicas e neurais formando um padrão(neural)” > exercem algum tipo de papel regulador > ligados à experiência de Si que se seguem aos eventos desencadeadores de emoções > elo de ligação entre as experiências vividas pelo o organismo e o sentido de Si > os estados de humor expressam a atividade dos sentimentos de fundo e encontram-se na origem do sentido de Si > estados do corpo que ocorrem entre as emoções e que “constituem o sentimento da própria vida, a sensação de existir” > essencial para a conceituação de proto-self e seu papel na produção da consciência central <br />
<br />
<strong>PANKSEPP</strong> > “Quando poderosas ondas de afeto suplantam nosso sentido de nós mesmos no mundo, dizemos que estamos experimentando uma emoção” > leva em conta as suas funções adaptativas e integrativas em termos do SNC, superando as meras descrições de suas manifestações exteriores ou limitando as suas causas a eventos ambientais<br />
<br />
<strong>REICH</strong> > as emoções- em especial o erotismo genital com sentimento amoroso ou potencia orgástica, isto é: o amor - apresentam uma propriedade adicional: a de fazer com que a auto-regulação da economia se mantenha em níveis de integridade para a saúde física e mental do individuo.<br />
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<strong>NAVARRO</strong> > revela a importância do substrato neurobiológico para a clinica corpora lista ao observar que as emoções constituem um fenômeno vital de respostas a estímulos externos e/ou internos<br />
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Corpo, emoções e consciência constituem uma espécie de unidade de ressonância que ancora o sentido de Si como eixo ordenador da mandala da experiência <br />
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Em condições normais a atividade cognitiva prepondera sobre o pano de fundo emocional, mas, diante de acontecimentos que provocam estados emocionais “cheios”, a atividade subcortical assume a hegemonia e os conteúdos cognitivos ficam subsumidos ao panorama emocional em vigor<br />
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A definição utilitária das emoções como eventos desencadeados por acontecimentos ambientais e cuja finalidade é habilitar o organismo a reagir adequadamente às injunções ambientais mostra-se satisfatória apenas enquanto um descritor evolucionário para as emoções, não dando conta de aspectos importantes relativos a implicação dos sistemas emocionais na produção da subjetividade <br />
<br />
<strong>PN</strong> > a perspectiva neuro- evolucionaria que emerge do atual debate neurobiológico permite ( sem que se incorra em reducionismo neurobiológico, como poderia parecer à primeira vista) a superação das interdições colocadas tanto pelo behaviorismo como pelo paradigma metapsicológico quanto ao papel do corpo e das emoções e das emoções na produção da subjetividade > reputa as emoções como uma extensão refinada dos comportamentos instintivos básicos, produzida ao longo da evolução filogenética da espécie habilitando os mamíferos a uma maior flexibilidade comportamental, o que abarca o cuidado com a prole e a possibilidade de experimentar subjetivamente estados emocionais > relação entre sentimentos de fundo e a abordagem reichiana que procura, através da fenomenologia somática dos traços de caráter, detectar a condição de base subjacente à neurose > considera a estrutura de caráter como o conjunto das memórias operacionais inconscientes dos acoplamentos infantis entre os impulsos e o ambiente > corresponde em grande medida ao que <strong>Damasio</strong> denomina de memória autobiográfica, com a diferença que o efeito-moldura da estrutura caracterológica se expressa em termos de memórias não declaratórias <br />
<br />
Os processos emocionais básicos podem ser estudados em animais de laboratório e, dada a grande homologia interespécies observada nos cérebros mamíferos, infere-se que as emoções e os sentimentos ( embora não seus correlatos cognitivos) emergem extensivamente dos processos neurais subcorticais <br />
<br />
<strong>MacLean</strong> > hipotetizou 3 domínios distintos na constituição do sistema nervoso humano > cérebro tri-uno constituído por estratos responsáveis pelas ações instintivas (cérebro reptiliano), pela produção de emoções (cérebro límbico) e pelas atividades cognitivas de ordem superior (neocórtex) > revela-se atualmente superado pelo modelo de sistemas dinâmicos complexos não lineares das operações da rede neural > <br />
<br />
Recodificação: a experiência dos afetos estaria na dependência de algum tipo de recodificação ( a re-representação defendida pela psicanálise, como se viu em Garcia-Roza) da informação instintual primitiva nas regiões cognitivas superiores, em particular naquelas de exclusividade humana x top down: perspectiva neuro-evolucionária ( <strong>LeDoux e Rolls</strong>); responde pela singularidade da experiência humana; quem cria as emoções é a evolução e não o aprendizado; mas os conteúdos cognitivos que as acompanham dependem da atividade de áreas superiores do cérebro exclusivamente humanas - as extensas áreas do córtex frontal dorso-lateral que respondem pela memória de trabalho de ordem superior ou as funções de re-representação simbólica e as capacidades lingüísticas do cérebro humano - e encontram-se, portanto, na dependência das experiências ambientais, aí incluídas as experiências ou atos de linguagem.<br />
<br />
PN > os mandatos regulatórios do comportamento social incidem sobre a plataforma biológica emocional filogeneticamente estabelecida formando as memórias operacionais / traços de caráter que transtornam o funcionamento da rede complexa constituída pelo continuum funcional entre os módulos cognitivos corticais, as alças de mão dupla córtico-subcórtico-corticais e os SEOs ( sistemas emocionais subcorticais com projeções às áreas corticais superiores cujos padrões de coerência respondem pela experiência comportamental e subjetiva de diferentes estados emocionais) de inscrição primariamente subcortical > <br />
<br />
<strong>Reich e Navarro</strong> consideram o medo - força impulsional - consciente ou inconsciente da punição como a emoção fundadora das defesas estruturais > um alinhamento com a concepção científico-natural na base dos dinamismos defensivos da barreira narcísica, erigida às custas dos traços de caráter > ênfase no medo em face de sua centralidade na produção da estrutura caracterológica > esta aposta foi abandonada por ambos em favor de um paradigma energético de viés genérico e reducionista, que esvazia a possibilidade de uma reflexão mais consistente sobre o complexo e multifacetado efeito clinico introduzido pela experiência corporal na clinica da subjetividade.<br />
<br />
<strong>Panksepp</strong> > estudos de estimulação cerebral há tempos sugerem a existência de um sistema operacional -conjunto de estruturas e rotas cerebrais diversas operando num padrão coerente- para o medo > os diversos SEOs identificados em modelos animais correspondem satisfatoriamente ao que se conhece genericamente como sistemas emocionais básicos humanos ou affect programs > “podem atuar, em termos de desenvolvimento, como sistemas atiradores dinâmicos, que se tornam maiores, mais complexos e mais sofisticados à medida que atraem diversas estruturas cognitivas para as suas esferas de influencia” > “quanto maior a esfera de influencia das emoções positivas, mais se espera que a criança se torne um membro socialmente ativo e produtivo”Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-76593906263161953182011-06-29T13:54:00.000-07:002011-06-29T13:54:16.245-07:00A Atualidade do Método PN - Princ.Gerais.<dir><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR"><span style="font-family: Arial;"><dir><span style="font-size: x-small;"><span lang="PT-BR">Luria: 1927; sugeria que “a psicoterapia adotasse uma abordagem ‘neurodinâmica’, pretendendo desta forma realizar o desejo inicial, posteriormente abandonado por Freud, de integrar psicanálise e neurologia ”( Haldane 2004) <br />
<br />
1999 - criação da Sociedade Internacional de Neuropsicanalise. Formada por psicanalistas e neurocientistas.<br />
<br />
Haldane: negligencia a Reich é surpreendente, mas não de todo; pois embora Reich tenha se concentrado mais que Freud no estudo do sist. nervoso e o seu trabalho apresentasse uma importante base biofísica e neurológica, este caminho fora abandonado a partir do “momento em que ele contraiu o micróbio da ‘energia orgânica’ ” > reputa o momento atual como apropriado para a criação de uma psicoterapia neurodinâmica contemporânea junto com o melhor dos métodos reichianos e pós-reichianos<br />
<br />
Cozzolinno: cita inúmeras evidencias demonstrando que os danos causados à rede neural por estresse ou trauma podem ser recuperados tanto por meio de psicoterapia como através de intervenções farmacológicas > tanto a relação com o terapeuta como o ato de despertar a atenção do paciente para áreas negligenciadas de sua experiência provocam mudanças no cérebro > “as defesas precoces tomam forma em todos os níveis do sist. Nervoso,(...). As defesas identificadas por Reich refletem memória emocionais das experiências pré-verbais primitivas que se encontram armazenadas nas redes das memórias sensoriais, motoras e emocionais precoces” > a compreensão intelectual de um problema psicológico não resulta em mudança se ela não vier acompanhada de uma maior integração com as emoções, com as sensações e com o comportamento > a evocação da emoção acoplada à atenção consciente é o que mais parece resultar em redução de sintomas e crescimento pessoal<br />
<br />
Hebb: “ neurônios que disparam juntos permanecem unidos, neurônios que disparam em separado perdem o contato”<br />
<br />
A ponte integrativa entre a neurofisiologia e a psicanálise, em construção por Reich, foi abandonada em favor do viés energético, o que esvaziava a participação da cognição no processo terapêutico > além dessa limitação, a teoria orgonômica perpetuava a perspectiva de uma libido mecânica e hidráulica que vinha de Freud; um viés não superado por Navarro<br />
<br />
Haldane: para que o mecanicismo e a manipulação terapêutica sejam evitados é necessária uma dinâmica relacional que leve em conta “as relações que ocorrem não apenas entre terapeuta e paciente, ou entre o paciente e outros indivíduos, mas entre os sistemas operacionais cognitivos e emocionais do paciente enquanto organismo humano”<br />
<br />
Panksepp: os sentimentos das emoções podem emergir de níveis bastante primitivos da organização cerebral, sendo que a emoção tende a suplantar a cognição na vigência de estados emocionais cheios <br />
<br />
A neurociência Afetiva ainda não atingiu o ponto de poder explicar o que acontece no cérebro dois SEO’s entram em conflito, exceto nos casos elementares de conflitos simples <br />
<br />
Haldane > observa que tais conflitos - da subjetividade humana - envolvem sistemas outros que não os SEO’s > ‘moléculas da emoção’ ( Candace Pert) - neuropeptideos encontrados no fluido que banha a rede neuronal - além disso, o volume de transmissão ou intensidade de sinal da informação química no cérebro é tão importante quanto a própria rede neuronal. > distinção operacional entre os estados de expressão emocional mediatizados pelos SEO’s e os sentimentos experienciados subjetivamente mediados pelos neuropeptideos > conflito não é o embate entre dois fluxos de energia, e sim o contato entre dois conjuntos de informação emocional conflitantes, mediados pelos neuropeptideos, nos estados emocionais, e pelos neurotransmissores na expressão emocional > <br />
<br />
Resistência > propriedade emergente da tríade característica das operações rede de neurônios, descritas como filtros de omissão, generalização e distorção >elemento participe da vida e não como algo que necessariamente atenta contra ela <br />
<br />
PN > não toma nem a catarse nem o sofisticado trabalho da ‘per laboração’ psicanalítica como principio de fundo. O essencial é que a experiência terapêutica possa contemplar a integração entre os diversos ciclos componentes da vida, definidos por Thompson e Varela como: 1-ciclos de regulação organismica; 2-ciclos de acoplamento sensório-motor com o ambiente, e 3- ciclos de interação intersubjetiva > repousa nas relações entre as sinalizações provenientes do corpo através do núcleo dorsal do vago que se projeta nas estruturas baixas do tronco cerebral e dos SEO’s, entre estes e a superestrutura cognitiva-neocortical e entre os estados emocionais e as memórias de emoções e pensamentos > continuum dinâmico > alinhamento com o modelo dos sistemas complexos e não-lineares > biologia e a sociedade interagem no cérebro > perspectiva ND deve considerar de que maneiras a excitação e a inibição afetam-se mutuamente provocando mudanças nos ciclos > o terapeuta faz ambiente para o paciente e vice-versa > prioriza a atenção consciente ou o ‘dar-se conta’ em detrimento da mera interpretação de conteúdos ou da busca ativa de uma mudança no padrão da subjetividade do paciente através de intervenções unilaterais do terapeuta<br />
<br />
Haldane > propõe que a presença de pulsação assimétrica seja uma definição essencial da vida, e a validade clinica do conceito pode estar em sua capacidade para quantificar a vida- ou a vivacidade ou até mesmo saúde - de forma mais acurada > pulsação expressa a relação entre fluxo e resistência e pode constituir um índice de rastreio da relação entre essas propriedades num organismo vivo > “hardwiring” ou cabeamento filogenético: nossa condição inicial, nossas características inatas de animais humanos; “Softwiring”: condição secundaria, nossas experiências como humanos/ historia individual cumulativa <br />
<br />
<br />
<br />
</span></span></dir></span></span></span></dir>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-10310892157817439192011-06-26T22:08:00.000-07:002011-06-26T22:08:24.803-07:00Announcing the Healthy Mind Platter - The healthy mind platter for optimal brain matter.<div class="page-title"><h1 jquery1309150489939="259"><span class="submitted"><div class="article-meta" jquery1309150489939="260"><span class="submitted"><span style="color: #666666; font-size: x-small;">Published on June 2, 2011 by </span><a href="http://www.blogger.com/experts/dr-david-rock" jquery1309150489939="128" title="View Bio"><span style="color: #666666; font-size: x-small;">Dr. David Rock</span></a><span style="color: #666666; font-size: x-small;"> in </span><a href="http://www.blogger.com/blog/your-brain-work" jquery1309150489939="129"><span style="color: #666666; font-size: x-small;">Your Brain at Work</span></a></span><span style="font-size: x-small;"> </span></div><div class="article-meta" jquery1309150489939="260"><span style="font-size: x-small;"></span> </div><div class="content"><div class="article-content-top" jquery1309150489939="251"><a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/basics/narcissism" jquery1309150489939="130" title="Psychology Today looks at Narcissism"></a><span style="font-size: small;">The US government has just revised the food pyramid - the diagram that's been with us for decades that is supposed to remind people how to eat well. The model needed a revision, and the new version, called </span><a class="ext" href="http://www.choosemyplate.gov/" jquery1309150489939="131" target="_blank"><span style="color: #333333; font-size: small;">ChooseMyPlate,</span></a><span class="ext"></span><span style="font-size: small;"> is a big improvement.</span><br />
<span style="font-size: small;">However, there's a different epidemic happening out there that's getting less attention, perhaps because it is less obvious than the epidemic of </span><a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/conditions/obesity" jquery1309150489939="132" title="Psychology Today looks at Obesity"><span style="color: #333333; font-size: small;">obesity</span></a><span style="font-size: small;"> we're experiencing. We're entering an era of an epidemic of overwhelm. A time when too many people's mental well-being is being stretched through multi-tasking, fragmented attention and information overload.</span><br />
<div jquery1309150489939="257"><span style="font-size: small;">The trouble is, we are short on simple, clear information about good mental habits. Few people know about what it takes to have optimum mental health, and the implications of being out of balance. It is not taught in schools, or discussed in business. The issue just isn't on the table. The result is that we stretch ourselves in ways that may have even bigger implications than an unhealthy physical </span><a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/basics/diet" jquery1309150489939="133" title="Psychology Today looks at Diet"><span style="color: #333333; font-size: small;">diet</span></a><span style="font-size: small;">.</span></div></div></div></span></h1><h1 jquery1309150489939="259"><span class="submitted"><span style="font-size: small;"><div jquery1309150489939="252">So, my friend and colleague Dr. Dan Siegel and I got together and decided to create what we're calling the <em>Healthy Mind Platter</em>. This platter has <em>seven essential mental activities </em>necessary for optimum mental health in daily life. These seven daily activities make up the full set of ‘mental nutrients' that your <a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/basics/neuroscience" jquery1309150489939="145" title="Psychology Today looks at Neuroscience"><span style="color: #333333;">brain</span></a> needs to function at it's best. By engaging every day in each of these servings, you enable your brain to coordinate and balance its activities, which strengthens your brain's internal connections and your connections with other people.</div><br />
<div class="article-image-wrap article-image-wrap-article-inline-full"><img alt="" src="http://rsrc.psychologytoday.com/files/imagecache/article-inline-full/blogs/31880/2011/06/65815-56254.jpg" title="" /></div>The seven essential daily mental activities are: <br />
<strong>Focus Time. </strong><em jquery1309150489939="258">When we closely focus on tasks in a goal-oriented way, taking on challenges that make deep connections in the brain.</em><br />
<strong>Play Time. </strong><em>When we allow ourselves to be spontaneous or creative, playfully enjoying novel experiences, which helps make new connections in the brain.</em><br />
<strong>Connecting Time.</strong> <em>When we connect with other people, ideally in person, or take time to appreciate our connection to the natural world around us, richly activating the brain's relational circuitry.</em><br />
<strong>Physical Time.</strong> <em jquery1309150489939="254">When we move our bodies, aerobically if possible, which strengthens the brain in many ways.</em><br />
<strong>Time In. </strong><em>When we quietly reflect internally, focusing on sensations, images, feelings and thoughts, helping to better integrate the brain.</em><br />
<strong>Down Time. </strong><em>When we are non-focused, without any specific goal, and let our mind wander or simply relax, which helps our brain recharge.</em><br />
<strong><a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/basics/sleep" jquery1309150489939="146" title="Psychology Today looks at Sleep"><span style="color: #333333;">Sleep</span></a> Time. </strong><em>When we give the brain the rest it needs to consolidate learning and recover from the experiences of the day.</em><br />
We're not suggesting a specific recipe for a healthy mind, as each individual is different, and our needs change over time too. The point is to become aware of the full spectrum of essential mental activities, and just like with essential nutrients, make sure that at least every day we are nudging the right ingredients into our mental diet, even for just a little time. Just like you wouldn't eat only pizza every day for days on end, we shouldn't just live on focus time and little sleep. Mental wellness is all about giving your brain lots of opportunities to develop in different ways.<br />
<div jquery1309150489939="255">A fun use of this idea is to map out an average day and see what percentage of your time you spend in each area. Like a balanced diet, there are many combinations that can work well.</div>In short, it is important to eat well, and we applaud the new healthy eating plate. However as a society we are sorely lacking in good information about what it takes to have a healthy mind. We hope that the <em>healthy mind platter </em>creates an <a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/basics/appetite" jquery1309150489939="147" title="Psychology Today looks at Appetite"><span style="color: #333333;">appetite</span></a> for increasing awareness of what we put into our minds too.<br />
<br />
<br />
<em>The Healthy Mind Platter was created in <a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/basics/teamwork" jquery1309150489939="148" title="Psychology Today looks at Teamwork"><span style="color: #333333;">collaboration</span></a> by Dr. David Rock, executive director of the <a class="ext" href="http://www.neuroleadership.org/" jquery1309150489939="149" target="_blank"><span style="color: #333333;">NeuroLeadership Institute</span></a><span class="ext"></span> and Dr. Daniel Siegel, executive director of the <a class="ext" href="http://www.mindsightinstitute.com/" jquery1309150489939="150" target="_blank"><span style="color: #333333;">Mindsight Institute </span></a><span class="ext"></span>and clinical professor at the UCLA School of Medicine. As well as running their own educational programs, Dr. Rock and Dr. Siegel are also both involved with <a class="ext" href="http://www.theblueschool.org/" jquery1309150489939="151" target="_blank"><span style="color: #333333;">The BlueSchool</span></a><span class="ext"></span>, which is building a new approach to <a class="pt-basics-link" href="http://www.blogger.com/basics/education" jquery1309150489939="152" title="Psychology Today looks at Education"><span style="color: #333333;">education</span></a>, in downtown NYC.</em><br />
</span></span></h1><h1 jquery1309150489939="259"><span class="submitted"></span> </h1><h1 jquery1309150489939="259"><span class="submitted"></span> </h1><h1 jquery1309150489939="259"><span class="submitted"></span> </h1></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-61092844246233610302011-06-23T16:07:00.000-07:002011-06-23T16:07:31.557-07:00A TEORIA DA CONSCIÊNCIA DE DAVID CHALMERS - João de Fenandes Teixeira.<div class="index,pt"><b><div align="center">João de Fernandes Teixeira</div></b><i>Departamento de Filosofia, Universidade Federal de S. Carlos.<br />
Grupo de Ciência Cognitiva, Instituto de Estudos Avançados da USP </i><b></b><div align="center"><br />
</div><div align="center"><br />
</div><i><div align="justify">O artigo tem por objetivo apresentar e discutir a teoria da consciência elaborada pelo filósofo David Chalmers no seu livro The Conscious Mind, publicado em 1996. O artigo é dividido em duas partes. A primeira expõe os principais delineamentos da teoria de Chalmers; a segunda discute seus principais conceitos, abordando a plausibilidade metafísica da existência dos "zumbis" e a idéia de superveniência. <br />
Descritores: Consciência. Inteligência artificial. Cartesianismo. Cognição. </div></i><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">Num artigo publicado em 1978, o filósofo Daniel Dennett observou que a questão da natureza da consciência constitui o problema mais difícil a ser enfrentado pela Filosofia da Mente, a parte da ciência da mente que mais tem resistido ao estudo," the last bastion of occult properties, epiphenomena, immeasurable subjective states - in short, the one area of mind best left to the philosophers, who are welcome to it." (Dennett, 1978, p.149). Não existe nada mais imediato do que a experiência consciente mas ao mesmo tempo não existe nada tão difícil a ser explicado. </div><div align="justify">No panorama da Filosofia da Mente e da Ciência Cognitiva a questão da natureza da consciência começa a ocupar lugar central nas pesquisas a partir do final da última década, após um longo e deliberado silêncio sobre esta questão por parte dos filósofos da mente e dos estudiosos de Inteligência Artificial. Marcos do reaparecimento de uma preocupação crescente com a questão da natureza da consciência são os estudos de Jackendoff (1987), Calvin (1990), Dennett (1991) e Flanagan (1992). Estes trabalhos procuraram desmistificar a noção de consciência e situá-la, seja no âmbito de teorias cognitivistas, seja no âmbito das neurociências. Tentava-se mostrar que este fenômeno é suscetível de ser tratado pelos métodos tradicionais da Ciência Cognitiva, através de teorias computacionais ou através do estudo de mecanismos neurais. Sentia-se a necessidade de formular uma <i>teoria</i> da consciência e não apenas de curvar-se diante da perplexidade dos problemas envolvidos no estudo da natureza dos estados conscientes. </div><div align="justify">É neste contexto que se insere o livro de D. J. Chalmers, "The Conscious Mind", talvez a tentativa mais recente de se formular uma teoria abrangente da natureza da consciência. Sua teoria é ousada e corre na direção oposta a tudo o que os cientistas cognitivos e neurocientistas desejam: reduzir estados conscientes a uma base neurofisiológica ou física. </div><div align="justify">Chalmers toma como ponto de partida aquilo que para muitos (aí incluídos até alguns neurocientistas) constitui o horizonte intransponível de qualquer teoria científica da natureza da consciência: reconhecer que não é possível formular uma teoria que explique plenamente como um sinal cerebral pode dar origem a um estado consciente.<a href="" name="not1"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#1not"><sup><span style="font-size: x-small;">1</span></sup></a> Em outras palavras, a consciência deve ser o ponto de partida, e não o ponto de chegada de qualquer teoria da mente; uma perspectiva que converge com as teorias físicas contemporâneas nas quais o psiquismo ou a mente do observador emerge como um elemento necessário para explicar o comportamento da natureza.<a href="" name="not2"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#2not"><sup><span style="font-size: x-small;">2</span></sup></a> Neste sentido, Chalmers sugere que uma teoria da consciência deve tomar a noção de <i>experiência consciente</i> como sendo um primitivo. Uma teoria da consciência requer a adição de algo fundamental à nossa ontologia, na medida em que tudo em teoria física é compatível com a ausência de consciência. A experiência consciente deve ser considerada como sendo uma característica fundamental do mundo, do mesmo jeito que massa, carga eletromagnética e espaço-tempo. </div><div align="justify">Muitos fenômenos são explicáveis em termos de entidades mais simples do que eles, mas isto não é universal. As vezes certas entidades precisam ser tomadas como primitivas ou <i>fundamentais.</i> Entidades fundamentais não podem ser explicadas em termos de algo mais simples. Por exemplo, no século XIX ficou claro que processos eletromagnéticos não poderiam ser explicados em termos de processos mecânicos. Diante disto, Maxwell introduziu as noções de carga e fôrça eletromagnética como componentes fundamentais de sua teoria física. Ou seja, para explicar o eletromagnetismo a ontologia da física teve de ser expandida. Outras características que a teoria física assume como fundamentais são as noções de massa e de espaço-tempo. Nunca se procurou explicar estas noções em termos de algo mais simples, o que entretanto não descarta a possibilidade de se construir uma teoria a partir dos conceitos de massa ou de espaço-tempo. </div><div align="justify">Esta posição é uma variedade de dualismo, na medida em que ela postula propriedades básicas além daquelas estipuladas pela física. Mas trata-se de uma variedade inocente de dualismo, inteiramente compatível com uma visão científica do mundo. Como assevera Chalmers, não há nada místico ou espiritual nesta teoria. É uma teoria inteiramente naturalista, na medida que, segundo ela, o universo não é nada mais do que uma rede de entidades básicas que obedecem um conjunto de leis e a consciência pode ser explicada a partir destas. Trata-se de um <i>dualismo naturalista</i>.<i> </i><div align="justify">O dualismo naturalista permite desenvolver uma teoria não-reducionista da consciência que consistirá de um conjunto de <i>princípios psicofísicos</i> ou seja, princípios que conectam propriedades de processos físicos com propriedades da experiência. Podemos pensar nestes princípios como englobando a maneira pela qual a experiência consciente emerge da estrutura física. Em última análise, esses princípios devem nos dizer que tipo de sistemas físicos podem gerar experiências e, no caso de sistemas que o fazem, eles devem nos dizer que tipo de propriedades físicas são relevantes para a emergência da experiência consciente. </div><div align="justify">A defesa deste ponto de vista orienta o modo pelo qual Chalmers estrutura seu livro: num primeiro momento, é preciso reconhecer a verdadeira dimensão do problema da consciência, desvinculando-o de um conjunto de problemas subsidiários que podem ocultar ou escamotear a sua identificação adequada. O segundo momento, consiste em atacar as explicações funcionais e reducionistas da consciência, e mostrar em que sentido estas podem ser necessárias mas não suficientes para dar conta da natureza específica da experiência consciente. A terceira parte do livro esboça uma teoria geral da consciência com base num conjunto de princípios psicofísicos. </div><div align="justify">O reconhecimento do problema da consciência significa sustentar que este não é um pseudo-problema e que o filósofo da mente não pode fugir da tarefa de ter de enfrentá-lo seriamente. Esta tentação pode surgir pelo fato de estarmos enfrentando um problema extremamente árduo. Para começar, a Filosofia da Mente não reconhece a existência de apenas um problema da consciência. "Consciência" é um termo polissêmico e por vezes ambíguo, que se refere a vários tipos de fenômenos, como por exemplo: </div><div align="justify">- a habilidade para discriminar, categorizar e reagir a estímulos ambientais,<br />
- a integração da informação através de um sistema cognitivo,<br />
- a capacidade de relatar a ocorrência de estados mentais,<br />
- a habilidade de um sistema para acessar seus próprios estados internos,<br />
- o foco da atenção,<br />
- o controle deliberado do comportamento,<br />
- a diferença entre sono e vigília. </div><div align="justify">Todos estes fenômenos estão associados com a noção de consciência. Por exemplo, diz-se que um estado mental é consciente quando ele é passível de ser relatado verbalmente ou quando ele é internamente acessível. As vezes, diz-se que um sistema está consciente de uma informação quando ele tem a habilidade de reagir com base nela ou quando ele a integra e a elabora para produzir determinados comportamentos. Dizemos freqüentemente que uma ação é consciente porque ela é deliberada. Outras vezes, referimo-nos a um organismo como estando consciente quando este está em vigília. </div><div align="justify">No entender de Chalmers nenhum destes fenômenos - nem tampouco seu conjunto -caracteriza o verdadeiro problema da consciência: eles constituem apenas os aspectos <i>funcionais</i> da experiência consciente. Isto significa dizer que, em última análise, estes fenômenos <i>podem vir a ser</i> explicados cientificamente. Em outras palavras, nada impede que algum dia eles possam vir a ser explicados seja através de um modelo computacional seja através da descoberta de mecanismos neurais. Por exemplo, para explicar o acesso e a capacidade de relatar a ocorrência de estados mentais, basta especificar o mecanismo através do qual a informação acerca de estados mentais é recuperada e tornada disponível para relato verbal. Para explicar a integração da informação precisamos apenas conceber mecanismos através dos quais esta seja combinada e em seguida utilizada em outros processos. Para explicar a distinção entre sono e vigília uma explicação em termos neurofisiológicos que dê conta da diferença de comportamento do organismo nestes dois estados é mais do que suficiente. </div><div align="justify">Se explicar a consciência se resumisse a explicar estes fenômenos, então não haveria um <i>problema filosófico</i> da consciência. Embora estes sejam problemas empíricos de difícil solução, eles ainda não caracterizam os verdadeiros problemas colocados pela consciência. Estes são, em última análise, os "easy problems". </div><div align="justify">A grande dificuldade é o chamado problema da <i>experiência </i>("hard problem").<i> </i>Quando pensamos e percebemos o mundo existe um tipo de processamento de informação mas também um aspecto subjetivo nele envolvido. Como Nagel (1974) coloca, existe "something it is like to be a conscious organism." Este aspecto subjetivo é a <i>experiência consciente</i>. Como caracterizar a experiência consciente? O que significa ter uma imagem mental neste momento ou experimentar uma sensação corporal qualquer? O que unifica tudo isto? A experiência emerge de uma base física mas não sabemos como isto é possível. Como algo físico pode dar lugar a experiências internas ou estados internos? </div><div align="justify">O reconhecimento da existência de um "hard problem" tem como conseqüência uma desqualificação das tentativas de explicação funcional da natureza da consciência entendida como <i>experiência consciente</i>. Explicações funcionais podem ser necessárias, mas certamente não serão suficientes para explicar a natureza da experiência consciente. Pois, como explicamos o desempenho de uma função? Especificando <i>o mecanismo que</i> <i>desempenha a função</i>. A aplicação de conhecimentos oriundos da neurofisiologia e das ciências cognitivas pode resolver vários problemas neste sentido. Se mostrarmos como um mecanismo neuronal ou computacional pode desempenhar uma determinada tarefa, teremos explicado o fenômeno em questão. </div><div align="justify">Mas no caso da <i>experiência consciente</i> este tipo de explicação falha. O problema da experiência consciente requer algo mais do que explicar o desempenho de funções. Em outras palavras, o "hard problem" persiste mesmo quando o desempenho de todas as funções relevantes é explicado. A questão que se coloca é a seguinte: <i>Por que o desempenho destas funções é acompanhado</i> <i>por experiências?</i> Ou seja, pode-se explicar como a informação é discriminada, integrada e relatada, mas isto não significa explicar como ela é <i>experienciada</i>. Esta é a questão chave no problema da consciência - explicar como e porque surge a experiência no decorrer do processamento de informação. Não existe nenhuma função cognitiva cuja explicação leve automaticamente à uma explicação da experiência consciente. A experiência consciente <i>supervem</i> a sua base física, ou seja, nenhum fato do mundo, mesmo a nível microfísico, implica necessariamente na produção de estados conscientes.<a href="" name="not3"></a><sup><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#3not"><span style="font-size: x-small;">3</span></a><span style="font-size: x-small;"> </span></sup></div><div align="justify">O conceito de <i>superveniência</i>, cuidadosamente analisado por Chalmers em seu livro sustenta este ponto de vista. Uma propriedade <i>B</i> de um determinado indivíduo é chamada de superveniente se é produzida por um conjunto de propriedades <i>A</i> desse mesmo indivíduo. Por exemplo, um conjunto de propriedades físicas pode determinar um conjunto de propriedades biológicas na medida em que fenômenos vitais dependem de uma base física. Estes fenômenos vitais são então <i>supervenientes</i> em relação a sua base física; se as propriedades físicas variarem, as propriedades biológicas também variarão. A determinação de propriedades supervenientes pode ser <i>lógica</i> (conceitual) ou <i>natural</i> (empírica ou nômica). No caso da superveniência lógica as propriedades <i>B</i> são conseqüência automática da existência das propriedades <i>A</i>, ou seja, não seria possível conceber <i>A</i> sem conceber <i>B</i>. Já no caso da superveniência natural é possível conceber <i>A </i>sem conceber <i>B</i>, mas existe uma conexão empírica, <i>de fato</i>, entre <i>A </i>e <i>B</i>. </div><div align="justify">Ora, o esforço de Chalmers será mostrar que estados conscientes não são logicamente supervenientes em relação a estados físicos: é perfeitamente concebível a existência de duas criaturas fisicamente idênticas sendo que uma desenvolve experiências conscientes e outra não. O exemplo paradigmático invocado por Chalmers é a plausibilidade de concebermos criaturas como zumbis. Neste experimento mental<a href="" name="not4"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#4not"><sup><span style="font-size: x-small;">4</span></sup></a>, um zumbi é uma criatura fisicamente idêntica a mim, molécula por molécula. Ele é também funcionalmente equivalente a mim, no sentido de que ele pode fazer tudo o que eu faço. Contudo, posso perfeitamente conceber que este zumbi não tenha experiências conscientes. Este zumbi pode ser até uma réplica de mim mesmo, mas replicar minhas características físicas e funcionais não implica, automaticamente, em replicar minha possibilidade de ter estados conscientes. O mesmo poderia ser dito de um robô que replicasse totalmente minhas possibilidades funcionais, um robô humanóide como é o caso do COG.<a href="" name="not5"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#5not"><sup><span style="font-size: x-small;">5</span></sup></a> Assim sendo, nada indica que estados conscientes sejam logicamente supervenientes em relação a estados físicos e nem mesmo a determinadas arquiteturas funcionais. Estados conscientes são, no máximo, natural ou empiricamente supervenientes em relação a estados físicos, ou seja, não há conexão lógica entre base física ou arquitetura funcional e consciência. A consciência é contingente em relação a sua base física; ela é um <i>fator suplementar</i>.<a href="" name="not6"></a><sup><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#6not"><span style="font-size: x-small;">6</span></a><span style="font-size: x-small;"> </span></sup></div><div align="justify">A crítica às possibilidades das explicações funcionais é seguida, no texto de Chalmers, por um ataque às explicações reducionistas, conservando a mesma linha de raciocínio. As explicações redutivistas, quase sempre no âmbito da ciência cognitiva ou da neurociência, escamoteiam a verdadeira natureza do problema da consciência e o identificam com os "easy problems". Dentre os vários modelos de explicação reducionista analisados por Chalmers chamam a atenção os de Crick e Koch (1990), de Baars (1988) e de Dennett (1991). </div><div align="justify">Crick e Koch desenvolveram a chamada "teoria neurobiológica da consciência". Esta teoria baseia-se na descoberta de uma constância em certas oscilações neuronais que se situam entre 35-75 hertz no córtex cerebral. Crick e Koch desenvolvem a hipótese de que estas oscilações são responsáveis pela produção da consciência, na medida em que elas estão relacionadas com o estado de vigília num número grande de modalidades - visual e olfatória - bem como com a integração de informação. Os autores sugerem que no processo de integração de diferentes segmentos de informação, grupos neuronais oscilam na mesma freqüência e fase numa sincronização perfeita. A integração de informação (<i>binding</i>), por sua vez, possibilita a identificação perceptual de objetos fora de nós, o que seria um primeiro passo para a explicação da natureza da consciência. </div><div align="justify">A objeção de Chalmers consiste em sustentar que este tipo de teoria é muito sugestivo, mas ela não nos diz nada acerca de como e porque alguns conteúdos mentais tornam-se experiências conscientes. A descoberta das oscilações por Crick e Koch sugere que estas seriam os <i>correlatos neurais</i> da experiência. Mas o" hard problem" permanece intocado: por que as oscilações geram experiências conscientes? Qual é a conexão entre estes dois fenômenos? </div><div align="justify">O segundo modelo explicativo criticado por Chalmers é oriundo da psicologia cognitiva. É a teoria do espaço global da consciência (<i>global workspace</i>), desenvolvida por Baars (1988). De acordo com esta teoria, os conteúdos conscientes estão contidos num <i>espaço global</i>: uma espécie de processador central usado para mediar a comunicação com um conjunto de processadores especializados não-conscientes. Quando estes processadores especializados precisam transmitir informação para o resto do sistema, eles o fazem mandando informação para o espaço global que atua como uma espécie de quadro comunitário, acessível a todos os outros processadores. </div><div align="justify">Baars utiliza-se deste modelo para se referir a muitos aspectos da cognição humana e para explicar uma série de contrastes entre funcionamento cognitivo consciente e inconsciente. Em última análise, estamos diante de uma teoria da <i>acessibilidade cognitiva</i> que explica como certos conteúdos informacionais tornam-se acessíveis dentro de um sistema. É também uma teoria da integração informacional da mente e da possibilidade de auto-relatar conteúdos mentais. Contudo, ela não oferece uma teoria da experiência. </div><div align="justify">Poder-se-ia supor que, de acordo com esta teoria, os conteúdos da experiência são os conteúdos do espaço global. Mas nada explica porque a informação no interior do espaço global é experienciada. Esta teoria pode, no máximo, asseverar que a informação é experienciada porque ela é <i>globalmente acessível</i>. Mas por que a acessibilidade global teria de dar, necessariamente, origem à experiência consciente? Não seria possível ocorrer a acessibilidade global através do" workspace" sem ocorrer experiência consciente? </div><div align="justify">O modelo das "múltiplas camadas" (multiple drafts) desenvolvido por Dennett (1991) também é criticado por Chalmers. A idéia de Dennett baseia-se num modelo chamado "pandemonium", uma série de pequenos agentes que disputam a primazia pelo foco da atenção. Tudo se passa como se o agente que" gritar mais alto" no meio desta disputa possa então "subir ao palco" e orientar o processamento subseqüente - este agente corresponde, metaforicamente, a um estado mental que se torna (momentaneamente) consciente.<a href="" name="not7"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#7not"><sup><span style="font-size: x-small;">7</span></sup></a> Não existe "supervisor" neste modelo, sua dinâmica é ditada por princípios de auto-organização que Dennett toma emprestados de teorias conexionistas. Este modelo, no entender de Chalmers, pode no máximo explicar a possibilidade de se relatar o conteúdo de certos estados mentais. Ele escorrega para o lado dos "easy problems" na medida em que estipula <i>como</i> um estado mental torna-se consciente mas não o que seja a própria experiência consciente. </div><div align="justify">A revisão e a crítica de teorias contemporâneas da consciência prossegue na segunda parte do livro de Chalmers concentrando-se nos vários tipos de estratégias teóricas utilizadas pelos pesquisadores. A primeira delas consiste em dizer que a experiência é um <i>fator complementar</i> na explicação dos mecanismos da consciência. Este tipo de abordagem deixa de lado as tentativas de explicar a natureza da experiência e concentra-se na explicação dos mecanismos cognitivos subjacentes à consciência, ou seja concentra-se nos "aspectos simples" (easy problem) do problema. </div><div align="justify">O segundo tipo de estratégia consiste em <i>negar a especificidade do fenômeno.</i> Esta linha é desenvolvida por pesquisadores como Allport (1988), e Wilkes (1988). De acordo com esta estratégia, se funções como acessibilidade, capacidade de relatar estados internos e outras são explicadas, não há necessidade de explicar o que chamamos de "experiência". Alguns partidários desta estratégia procuram negar o fenômeno experiência dizendo que ele não é externamente verificável e portanto não é algo real. Esta estratégia tem como resultado a formulação de teorias bastante simples, mas insatisfatórias. Na realidade, eles escamoteiam o problema. </div><div align="justify">Na terceira estratégia, alguns pesquisadores <i>afirmam ter explicado a experiência</i>. Eles abordam este aspecto do problema seriamente, e dizem que sua teoria funcional explica as qualidades subjetivas da experiência (Flohr, 1992; Humphrey, 1992). Eles explicam como o processamento de informação ocorre e, subitamente a idéia de experiência é introduzida. Contudo, não explicam como a consciência emerge desses processos. </div><div align="justify">Uma quarta estratégia apela para a idéia de <i>explicar a estrutura da experiência</i>. Argumenta-se por exemplo, que uma explicação de como o sistema visual opera discriminações pode explicar as relações entre diferentes experiências de cor (ver Clark, 1992 e Hardin, 1992). Fatos acerca dessas estruturas no processamento corresponderiam a fatos na estrutura da experiência. O problema desta estratégia é que ela toma a própria existência da experiência como ponto de partida - e isto significa, de certa maneira, escamotear uma explicação de como e porquê a experiência se forma nestes fenômenos. </div><div align="justify">Uma quinta estratégia consiste em <i>isolar o substrato da experiência.</i> Toma-se como ponto de partida o fato de que a experiência emerge de processos cerebrais. É preciso então identificar os processos que levam ao aparecimento deste tipo de fenômeno específico. Esta é a linha adotada por Crick e Koch, ao tentar isolar o correlato neuronal da consciência. O mesmo tipo de linha é adotada por Edelman (1989) e Jackendoff (1987). Contudo, esta estratégia é ainda insatisfatória. Uma teoria satisfatória tem de fornecer mais do que simplesmente isolar os processos que dão lugar ao aparecimento da experiência. </div><div align="justify">Todas estas estratégias falham na medida em que não fornecem um bom método para explicar o <i>ingrediente suplementar</i> (extraness) necessário para se obter uma explicação da natureza da consciência. Mas o que poderia ser este ingrediente suplementar e como ele poderia explicar a natureza da <i>experiência</i> <i>consciente</i>? </div><div align="justify">A análise de Chalmers recobre as tentativas de alguns teóricos que propuseram que este ingrediente suplementar deve ser procurado na teoria do caos ou na dinâmica não-linear. Outros sugerem que a chave para isto está no processamento não-algorítmico. Outros apelam para futuras descobertas da neurofisiologia e outros ainda, para a mecânica quântica. </div><div align="justify">O processamento não-algorítmico é sugerido por Penrose (1989, 1994) por causa do papel da consciência na intuição matemática. Mas este tipo de explicação - na concepção de Chalmers - ainda seria apenas uma explicação de <i>funções</i> envolvidas no raciocínio matemático. Pois mesmo que falemos de processamento não-algorítmico podemos ainda questionar porque este último daria origem à experiência. Assim sendo, a teoria de processamento não-algorítmico não teria nenhuma vantagem aparente. </div><div align="justify">O mesmo é afirmado por Chalmers acerca de processamento não-linear e da dinâmica do caos. Uma aplicação destas teorias pode fornecer uma explicação da dinâmica de funcionamento cognitivo, mas a questão da experiência ainda permanece inexplicada. Podemos sustentar a mesma afirmação acerca de possíveis descobertas neurofisiológicas. </div><div align="justify">Uma concepção de ingrediente suplementar que tem ganhado terreno ultimamente origina-se da mecânica quântica (Hameroff, 1994). A inspiração desta proposta baseia-se na idéia de que fenômenos quânticos têm características funcionais extremamente interessantes, como, por exemplo, o indeterminismo e a não-localidade. Poder-se-ia então especular que estas propriedades seriam responsáveis por certos processos cognitivos como, por exemplo, escolha randômica ou integração de informação. Mas, novamente, a crítica de Chalmers recai no fato de que estas teorias nada nos dizem acerca da natureza da experiência consciente. </div><div align="justify">A mesma crítica é por ele estendida a qualquer tentativa de explicar a consciência em termos puramente físicos. Pois qualquer teoria que siga esta linha, enfrentará no final o mesmo tipo de questão: por que tal e tal processo dá origem à experiência? Qualquer processo funcional pode ser instanciado sem a participação da experiência o que mostra que a experiência ultrapassa o que pode ser derivado de qualquer teoria física. </div><div align="justify">Explicações físicas são boas enquanto explicação do desempenho de <i>funções,</i> explicando estas últimas em termos de mecanismos físicos que as desempenham. Mas fatos acerca da experiência não podem ser conseqüência automática de nenhuma explicação física - eles podem existir sem experiências. A experiência <i>pode</i> emergir de uma estrutura física, mas não é conseqüência desta. </div><div align="justify">Chegamos assim à proposta de uma teoria não-reducionista da experiência consciente. O esboço desta teoria ocupa a terceira parte do livro de Chalmers, a parte que ele chama de "construtiva" na medida em que oferece uma alternativa a todas as teorias anteriormente criticadas. Esta teoria deve ser compatível com a proposta não-reducionista e com o dualismo naturalista, ou seja, ela não deve conflitar com os resultados da ciência. Em outras palavras, este dualismo brando deve especificar um conjunto de princípios básicos que nos mostrem como a experiência consciente <i>supervem</i> à características físicas do mundo. Estes <i>princípios</i> <i>psicofísicos </i>não interferem com as leis físicas na medida em que estas últimas formam um sistema fechado. Na realidade, elas suplementam a teoria física. </div><div align="justify">Chalmers identifica três princípios psicofísicos na sua teoria: o princípio de coerência estrutural, o princípio de invariância organizacional e o princípio do duplo aspecto da teoria da informação. O primeiro princípio estabelece uma relação coerente entre a "<i>structure of</i> <i>consciousness</i>" e a" <i>structure of awareness</i>" ou seja, toda experiência consciente é cognitivamente representada, ou seja, assume a forma de um processo cognitivo, embora nem tudo o que seja cognitivamente representável seja necessariamente consciente. Existe uma relação íntima entre cognição e consciência que torna os estados conscientes passíveis de relato verbal, acessíveis aos sistemas centrais que controlam o comportamento e tudo o mais que compõe a "<i>structure of awareness</i>". Este quase-isomorfismo entre <i>structure of</i> <i>consciousness</i> e <i>structure of awareness</i> permite que teorias cognitivas e neurofisiológicas sirvam de ponto de partida para uma teoria da experiência consciente: estas teorias devem explicar a base física ou os correlatos neurofisiológicos sobre os quais a experiência consciente supervém. </div><div align="justify">O princípio da invariância organizacional estipula que dois sistemas com a mesma organização funcional terão experiências qualitativamente idênticas. Isto significa dizer que se construirmos uma réplica do cérebro humano em silicone preservando os mesmos padrões causais de organização neuronal, este cérebro replicado poderá ter as mesmas experiências que o cérebro humano. O que conta na emergência de experiências não é o tipo de substrato físico de um sistema mas seu princípio arquitetônico ou a organização de seus componentes. </div><div align="justify">O terceiro princípio, do duplo aspecto da informação é o princípio básico e fundamental da teoria da consciência de Chalmers. Ele toma como ponto de partida a noção de informação tal como é definida por Shannon (1948) e sustenta que esta tem um duplo aspecto: um físico e outro fenomênico. É o aspecto fenomênico que dá origem à experiência consciente e este princípio é, sem dúvida, o mais controverso na teoria de Chalmers: afinal, quais são as peculiaridades da informação que podem dar origem a estados conscientes? Será a consciência privilégio apenas de cérebros humanos ou poderá ela ser estendida a outros processadores de informação como cérebros de animais ou até mesmo máquinas? </div><div align="justify">É notável o quanto este aspecto permanece obscuro na teoria de Chalmers e o situa ao lado do grupo de filósofos contemporâneos como McGinn que foram chamados de "New Mysterians" por suporem que há algo de misterioso na explicação da consciência.<a href="" name="not8"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#8not"><sup><span style="font-size: x-small;">8</span></sup></a> Em várias passagens de seu livro nota-se um constante flerte com posições dualistas que são, em seguida, abrandadas pela idéia de um "dualismo naturalista".<a href="" name="not9"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#9not"><sup><span style="font-size: x-small;">9</span></sup></a> Afinal, ao reconhecer que a" experiência consciente" é uma dimensão qualitativa do universo ou um" primitivo" da mobília do mundo estaremos tão distantes assim da idéia cartesiana da pluralidade das substâncias? Pouco podemos dizer do "aspecto dual da informação" da mesma maneira que pouco se pode dizer das características da" substância pensante" cartesiana. A irredutibilidade da dimensão subjetiva da experiência consciente parece originar-se do fato desta apresentar-se como um dado imediato - mas será este o único ponto de partida plausível para iniciarmos uma teoria da consciência? Por que teríamos de necessariamente iniciar nossa reflexão assumindo uma posição solitária? Quando olhamos para uma lagosta sendo jogada na água quente, contorcendo-se com a dor, não estamos intuitivamente atribuindo algum tipo de experiência consciente a esse organismo? </div><div align="justify">O flerte de Chalmers com o cartesianismo torna-se igualmente evidente na sua teoria da superveniência dos estados conscientes. A critica a explicações reducionistas e puramente funcionais da natureza da consciência encontra-se, de maneira embrionária, nos escritos de Descartes sobre os autômatas. Descartes sustentava que a duplicação de características materiais e funcionais de um ser humano poderia ser condição necessária mas não suficiente para se replicar a vida mental humana.<a href="" name="not10"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#10not"><sup><span style="font-size: x-small;">10</span></sup></a> Um autômato bem construído pode vir a fazer tudo o que um ser humano faz, mas nunca se igualaria a este: seria, no máximo, uma proeza de engenharia, algo que, contudo, não teria <i>alma</i> (e não poderíamos substituir esta palavra por "experiência consciente"?) Neste sentido, o autômato de Descartes não é muito diferente do zumbi de Chalmers. </div><div align="justify">A diferença entre a posição de Chalmers e a posição cartesiana consiste no fato de Descartes ter afirmado, categoricamente, que a vida mental <i>não pode supervir</i> no autômata. Chalmers deixa aberta esta possibilidade, ao defender a Inteligência Artificial no sentido forte, nos últimos capítulos de seu livro. Mas a pressuposição de Chalmers de que a similaridade funcional não é suficiente e não <i>implica</i> na produção de estados conscientes é inteiramente metafísica. Afinal, se mantivermos o primado da primeira pessoa para fundar nossa teoria da consciência, o que pode nos garantir que um robô que faça tudo o que um ser humano pode fazer não tem experiências conscientes? </div><div align="justify">Esta última questão faz-nos refletir sobre outros problemas que surgem a partir da teoria de Chalmers - problemas tão interessantes quanto complexos. Em primeiro lugar, destaca-se o chamado <i>problema da repredicação</i>. Suponhamos que por um certo período de tempo tenhamos convivido com um robô de forma humanóide, uma réplica cuja aparência externa fosse exatamente igual à de um ser humano. Este robô poderia ser, por exemplo, o COG, o robô humanóide que no momento está sendo desenvolvido no MIT. O COG estaria convivendo conosco e seu comportamento seria indistinguível daquele exibido por um ser humano qualquer. Ocorre que <i>não sabíamos</i> que estávamos lidando com um robô e não um ser humano. Isto significa que por muito tempo estaríamos atribuindo ao COG os mesmos predicados mentais que normalmente atribuímos a um ser humano, incluindo a capacidade de desenvolver comportamentos e experiências conscientes. Um dia, o COG (que não sabíamos ser um robô) escorrega, cai e bate a cabeça na banheira. Seu crânio se rompe e, em vez de encontrarmos dentro dele a massa encefálica de um ser humano, encontramos fios e <i>chips</i> de computador. Teria cabimento <i>retirar</i> todos os predicados mentais que vínhamos atribuindo a ele até então - predicados mentais que o equiparavam a um ser humano normal? Teria cabimento afirmar: "bem, agora que eu descobri que você é na verdade um robô, então você não tinha estados mentais nem tampouco experiências conscientes?" </div><div align="justify">A segunda questão surge no mesmo esteio da primeira: COG seria, no máximo, um zumbi. Mas será possível supor a existência de zumbis, mesmo enquanto possibilidade metafísica? A suposição fundamental subjacente à concepção de zumbi defendida por Chalmers é que estas seriam criaturas que agem, conversam, sentem dores etc, ou seja, poderiam passar no Teste de Turing<a href="" name="not11"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#11not"><sup><span style="font-size: x-small;">11</span></sup></a> de maneira eficiente. A única - e grande diferença - estaria no fato de que eles não poderiam ter experiências conscientes. Mas, se um zumbi é, do ponto de vista comportamental, indistingüível de um ser humano, o que poderia nos impedir de atribuir a ele a propriedade de ter consciência? O que ocorreria se, durante o teste de Turing o interrogador formulasse a questão: "Você tem experiências conscientes?" ou" Você tem consciência daquilo que acabaram de perguntar a você?" Haveria duas possibilidades de resposta, uma afirmativa outra negativa. Mas, em ambos os casos, a noção de experiência consciente já se encontra pressuposta na resposta que o zumbi pode dar, seja ela afirmativa ou negativa, esteja ele mentindo ou não. Alternativamente, ele poderia ser incapaz de fornecer qualquer tipo de resposta, mas, neste caso, ele não passaria no Teste de Turing e sua suposta existência como ser que faz tudo que um ser humano pode fazer - exceto ter estados conscientes - tornar-se-ia uma impossibilidade, ou melhor, uma contradição em termos... </div><div align="justify">Uma terceira série de questões surge ao refletirmos sobre a noção de superveniência introduzida por Chalmers. Terá sentido, afinal de contas, afirmar que a consciência constitui um ingrediente suplementar que supervém à organização mental e funcional de um organismo ou sistema? Não estaríamos aqui diante de uma confusão conceitual? Até que ponto é sustentável a independência da experiência consciente em relação à organização funcional ou à estrutura física de um organismo? Tomemos os predicados <i>ser consciente</i> e <i>ter saúde</i>. Em ambos os casos, a atribuição destes predicados não dependeria da possibilidade de explicar o funcionamento de uma estrutura física específica de um organismo, isto é, em ambos os casos, a atribuição destes predicados fundamenta-se na observação de uma característica global do organismo. Contudo, aqui corremos o risco de deslizar da idéia de <i>característica global</i> para a idéia de <i>característica adicional</i>. Não teria cabimento supor que - mesmo por um ato de imaginação filosófica - poderíamos remover a saúde de um organismo ao mesmo tempo que mantemos a totalidade de seus órgãos e suas interações em perfeito estado, ou, inversamente, que poderíamos remover alguns desses órgãos e, mesmo assim, achar que preservamos a saúde do organismo, isto é, que ela poderia permanecer intacta. Ora, por que não poderíamos afirmar o mesmo em relação à consciência? </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify">TEIXEIRA, J.F. On Chalmers Theory of Consciousness. <i>Psicologia USP, São Paulo, </i>v.8, n.2, p.109-128,<i> </i>1997<i>. </i><b>Abstract:</b> The paper focuses on Chalmer´s theory of consciousness as it is presented in his most recent book, The Conscious Mind, published in 1996. The first part is devoted to a presentation of the main outlines of Chalmer´s theory. The second part discusses such a theory by focusing on the metaphysical plausibility of the existence of zombies as well as on the notion of supervenience. <i><br />
Index terms: Consciousness. Artificial intelligence. Cartesianism. Cognition. </i> </div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />
</div><b><div align="center">REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS </div><!-- ref --><div align="justify"></div><div align="justify">BAARS, B.J. <i>A cognitive theory of consciousness</i>. Cambridge, MA, Cambridge University Press, 1988. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600002&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">CALVIN, W.H. <i>The cerebral symphony</i>. New York, Bantam Books, 1990. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600003&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">CHALMERS, D.J. <i>The conscious mind</i>. New York, Oxford University Press, 1996. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600004&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">CLARK, A. <i>Sensory qualities</i>. Oxford, Clarendon Press, 1992. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600005&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">CRICK, F.; KOCH, C. Toward a neurobiological theory of consciousness. <i>Seminars in the Neurosciences</i>, v.2, p.263-75, 1990. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600006&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">DENNETT, D. <i>Consciousness explained</i>. Boston, Little, Brown, 1991. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600007&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">DENNETT, D. <i>Toward a cognitive theory of consciousness</i>. In: <i>Brainstorms</i>. Cambridge, MA, MIT Press, 1978. p.149-73. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600008&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">DESCARTES, R. <i>Oeuvres et lettres</i>. Paris, Gallimard, 1953. (Bibliothèque de la Pléiade) [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600009&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">EDELMAN, G. <i>The remembered present</i>: a biological theory of consciousness. New York, Basic Books, 1989. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600010&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">FLANAGAN, O. <i>Consciousness reconsidered</i>. Cambridge, MA, MIT Press, 1992. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600011&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">FLOHR, H. Qualia and brain processes. In: BECKERMANN, A.; FLOHR, H.; KIM, J., eds. <i>Emergence or reduction? Prospects for nonreductive physicalism</i>. Berlin, DeGruyter, 1992. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600012&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">HAMEROFF, S.R. Quantum coherence in microtubules: a neural basis for emergent consciousness? <i>Journal of Consciousness Studies</i>, v.1, p.91-118, 1994. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600013&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">HARDIN, C.L. Physiology, phenomenology and Spinoza´s true colors. In: BECKERMANN, A.; FLOHR, H.; KIM, J., eds. <i>Emergence or reduction? Prospects for nonreductive physicalism</i>. Berlin, DeGruyter, 1992. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600014&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">HUMPHREY, N. <i>A history of the mind</i>. New York, Simon and Schuster, 1992. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600015&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">JACKENDOFF, R. <i>Consciousness and the computational mind</i> Cambridge, MA, MIT Press, 1987. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600016&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">JAMES, W. <i>The principles of psychology</i>. New York, Henry Holt, 1890. v.1. Reprinted by Dover Books, 1950. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600017&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">McGINN, C. Can we solve the mind-body problem? <i>Mind</i>, v.98, p.349-66, 1989. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600018&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">MOROWITZ, H.J. Rediscovering the mind. <i>Psychology Today</i>, v.14, n.3, p.12-8, 1980. Reimpresso em: DENNETT, D.; HOFSTADTER, D., eds. <i>The Minds I</i>. Cambridge, MA, MIT Press, 1981. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600019&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">NAGEL, T. What is it to be like a bat? <i>Philosophical Review</i>, v.4, p.435-50, 1974. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600020&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">PENROSE, R. <i>The emperor´s new mind</i>. Oxford, Oxford University Press, 1989. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600021&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">PENROSE, R. <i>Shadows of the mind</i>. Oxford, Oxford University Press, 1994. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600022&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">SHANNON, C.E. A mathematical theory of communication. <i>Bell Systems Technical Journal</i>, v.27, p.379-423, 1948. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600023&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">TYNDALL, J. <i>Fragments of science</i>: a series of detached essays<i>, </i>addresses and reviews. London, Longman, 1879. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600024&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div><div align="justify">WILKES, K.V. Yishi, duh, um and consciousness. In: MARCEL, A.J.; BISIACH, E., eds. <i>Consciousness in contemporary science</i>. Oxford, Oxford University Press / Clarendon Press, 1988. p.16-41. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600025&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --> </div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><br />
</div><div align="justify"><small><a href="" name="1not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not1"><sup>1</sup></a> Este é o chamado "problema da geração", aparentemente formulado pela primeira vez por John Tyndall que afirmava que "The passage from the physics of the brain to the corresponding facts of consciousness is unthinkable. Granted that a definite thought and a definite molecular action in the brain occur simultaneously, we do not possess the intellectual organ, nor apparently any rudiment of the organ which would enable us to pass, by a process of reasoning, from one to the other." (citado por James, 1890, p.147). O mesmo ponto de vista parece ser sustentado por alguns filósofos contemporâneos, como, por exemplo, McGinn (1989), que argumenta que este é um problema excessivamente complexo para nossas mentes, na medida em que a experiência consciente está fora do escopo de qualquer teoria científica. </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="2not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not2"><sup>2</sup></a> Num artigo publicado em 1980 H. J. Morowitz observava que "first, the human mind, including consciousness and reflective thought, can be explained by activities of the central nervous system, which, in turn, can be reduced to the biological structure and function of that physiological system. Second, biological phenomena at all levels can be totally understood in terms of atomic physics, that is, through the action and interaction of the component atoms of carbon, nitrogen, oxygen and so forth. Third and last, atomic physics, which is now understood most fully by means of quantum mechanics, must be formulated with the mind as a primitive component of the system." (p.39). </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="3not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not3"><sup>3</sup></a> "that is, that all the microphysical facts in the world do not entail the facts about consciousness." (Chalmers, 1996, p.93). </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="4not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not4"><sup>4</sup></a> Um experimento mental, figura freqüentemente utilizada na literatura da filosofia da mente, consiste em imaginar uma situação hipotética, algo que teoreticamente pode vir a ser realizado mas que não contraria possibilidades físicas e lógicas. A importância dos experimentos mentais consiste no fato de que destas situações hipotéticas podemos extrair imediatamente conseqüências conceituais importantes. </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="5not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not5"><sup>5</sup></a> Cog é o nome de um robot cujo projeto está atualmente sendo desenvolvido no laboratório de inteligência artificial do MIT. A idéia é construir um robot humanóide, uma máquina geral que possa fazer tudo o que um ser humano faz. </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="6not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not6"><sup>6</sup></a> Veja-se por exemplo, a passagem onde Chalmers afirma: "... consciousness is a surprising feature of the universe. Our grounds for belief in consciousness derive solely from our own experience of it. Even if we knew every last detail about the physics of the universe - the configuration, causation and evolution among all the fields and particles in the spatiotemporal manifold - that information would not lead us to postulate the existence of conscious experience. My knowledge of consciousness, in the first instance, comes from my own case, not from any external observation. It is my first-person experience of consciousness that forces the problem on me." (1996, p.101). </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="7not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not7"><sup>7</sup></a> Dennett afirmou, certa vez, que a melhor maneira de entender seu modelo é pensar que a consciência é como a fama. Todos querem ser famosos e disputam um lugar no palco, mas o são apenas por alguns minutos e logo em seguida são substituídos por outros. O mesmo ocorre com estados mentais: quando se tornam "famosos" são conscientes por alguns segundos. </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="8not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not8"><sup>8</sup></a> Numa entrevista concedida a Robert Wright, da revista Time de abril de 1996, McGinn afirma" For human beings to try to grasp how subjective experience arises from matter is like slugs trying to do Freudian psychoanalysis. They just don´t have the conceptual equipment." (p.45). </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="9not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not9"><sup>9</sup></a> Veja-se por exemplo uma das passagens finais do seu livro onde ele diz "I have advocated some counterintuitive views in this work. I resisted mind-body dualism for a long time, but I have now come to the point where I accept it, not just as the only tenable view but as a satisfying view in its own right. It is always possible that I am confused, or that there is a new and radical possibility that I have overlooked, but I can confortably say that I think dualism is very likely true. I have also raised the possibility of a kind of panpsychism. Like mind-body dualism, this is initially counterintuitive, but the counterintuitiveness disappears with time. I am unsure whether the view is true or false, but it is at least intellectually appealing, and on reflection it is not too crazy to be acceptable." (p.357). </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="10not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not10"><sup>10</sup></a> A este respeito poderíamos citar várias passagens do <i>Discurso do Método</i>. Mais ilustrativa, contudo, é a carta de Descartes ao Marquês de Newcastle, de 23 de novembro de 1646, onde estas posições são sustentadas de maneira mais explícita. </small></div><div align="justify"><small><a href="" name="11not"></a><a href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=4489723039708523893#not11"><sup>11</sup></a> O Teste de Turing, criado pelo matemático inglês homônimo, consiste em comparar os comportamentos manifestos de um organismo humano com aqueles produzidos por um robô ou computador criado para desenvolver tarefas humanas. Se da comparação resultar que as características dos comportamentos do organismo são indistingüíveis daquelas dos <i>outputs</i> produzidos pela máquina, podemos, de acordo com Turing, atribuir a esta estados mentais. </small></div></b>ALLPORT, A. What concept of consciousness? In: MARCEL, A.J.; BISIACH, E., eds. C<i>onsciousness in contemporary science</i>. Oxford, Oxford University Press / Clarendon Press, 1988. p.159-82. [ <a href="javascript:void(0);" onclick="javascript: window.open('/scieloOrg/php/reflinks.php?refpid=S0103-6564199700020000600001&pid=S0103-65641997000200006&lng=en','','width=640,height=500,resizable=yes,scrollbars=1,menubar=yes,');">Links</a> ]<!-- end-ref --><!-- ref --> </div></div><div align="left"><span style="font-size: x-small;"></span></div><div class="spacer"> </div><div class="footer" xmlns=""><!--cc--><span class="license"><a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/" rel="license"><img alt="Creative Commons License" src="http://i.creativecommons.org/l/by-nc/3.0/80x15.png" style="border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-top-width: 0px;" /></a> All the contents of this journal, except where otherwise noted, is licensed under a <a href="http://creativecommons.org/licenses/by-nc/3.0/" rel="license">Creative Commons Attribution License</a> </span></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-70118518104864785762011-06-21T16:04:00.000-07:002011-06-21T16:04:04.982-07:00Jaak Panksepp.Jaak Panksepp was born on June 5, 1943 in Tartu, Estonia. He and his family fled to the United States when the Soviet's began to take over his country. Panksepp earned his B.S. in Psychology in 1965 from the University of Pittsburgh in Pennsylvania. In 1967, he earned his M.S. and in 1969 his Ph.D. both in Physiological Psychology at the University of Massachusetts in Amherst, Massachusetts. His graduate thesis focused on electrical stimulation and lesions of the brain and the corresponding behavioral effects. His thesis, "The Neural Basis of Aggression in the Albino Rat," focused on the behavioral consequences of incentive shifts, effects of drug on self-stimulation and aggression, and behavioral analysis on positive and aversive electrical stimulation of the brain. Panksepp completed a postdoc in 1971 at the University of Sussex in Brighton, England, where he studied the role of medial hypothalamic lesions, insulin, and protein synthesis inhibition in feeding behavior. At the Worcester Foundation in Shrewsbury, Massachusetts, he completed another postdoc in 1972 in sleep physiology. <br />
In his lifetime, he accomplished the feat of authoring over 200 scientific articles dealing with the physiological mechanisms that underlie motivated behavior. He also co-edited works such as "Handbook of the Hypothalamus" and "Emotions and Psychopathology.," serves as editor of the series "Advances in Biological Psychiatry," and authored the book "Affective Neuroscience: The foundations of Human and Animal Emotions." He earned the NIMH Research Scientist Development Award for his work in hypothalamic mechanisms of energy balance. Presently, at Bowling Green State University, Panksepp serves as professor emeritus. Bowling Green honored him with the title of "Distinguished Research Professor." The Medical College of Ohio in Toledo bestowed him with the title of adjunct professor. His other awards include Bowling Green State University's's Special Achievement Awards, the Research and Development Award, the Sigma Xi Outstanding Young Scientist Award, NIMH Research Scientist Career Development Award, Meritous Research Award, Professional of the Year Award, and a widely invited presenter at international conferences. Currently, he receives $500,000 in extramural grants. He currently serves as director to the Memorial Foundation for Lost Children, which concerns helping parents and children with neuropsychiatric disorders. <br />
<hr center="" noshade="noshade" size="2" width="100%" /><a href="" name="Theory"></a><br />
<center><b>Theory</b></center><br />
Panksepp hypothesisizes that by studying and understanding emotions at the neural level we can understand emotions and emotional disorders in humans. This field of study became known as affective neuroscience. His research encompasses areas such as organization of emotions at the brain level, anticipatory/expectancy brain mechanisms, social-emotional mechanisms in the brain, play/joy processes in the brain, separation, anxiety, and fear organization in the brain, psycho-behavioral operating systems in the brain, work with animal models of depression, autism, attention deficit hyperactivity disorder, and schizophrenia, among numerous other areas. <br />
One of the most interesting contributions made by Panksepp involves his research on play behavior. Panksepp studies the play behavior of rat pups in order to determine what function it serves in the development of the humans, both socially and at the neural level. Play in rat pups increases considerably after the socially depriving the animals for a period of time. This technique of isolating animals and then pairing them together, called "paired-encounter," increases the amount of play behavior. Play behavior in rat pups, classified as "rough and tumble", involves pinning, chasing, and rolling, as well as an element of deception and surprise attack. Panksepp argues that the rat pups do not become aggressive when playing, he insists that they never progress beyond a playful state. Rat pups instigate play by pouncing on each other, followed by chasing and pinning. After a period of playing, the animals stop and engage in grooming. The surprise attack comes in during this grooming phase. Usually, one animal suddenly pounces onto the seemingly unaware playmate and the playing commences again. <br />
<center>A typical pin during play (Panksepp, Siviy, & Normansell, 1984).</center><center><img alt="pinning" src="http://www.muskingum.edu/~psych/psycweb/history/ratplay.gif" /></center><br />
Panksepp argues that playing serves a deeper function than simple recreation. He contends play factors in to optimal brain development. He claims that playing behavior releases opiods into the brain. Indeed, the frontal lobe of the brain grows as a response to playing behavior. He found that people with autism, who have an overabundance of opiods, have a decreased need for social play. When given opiates, such as morphine, at low levels, play behavior increases. However, when given opiods in large doses, play behavior is sharply decreased, if not deleted altogether. Panksepp hypothesizes that the opiods released during play act to stimulate further play; eventually, the opiod level rises to a high enough level satisfy the need to play by inducing a feeling of "social comfort." Autistic children, whom detest being touched let alone playing, have abnormally large amounts of opiods in their brain. Perhaps the opiods tell the brain that the child is already satisfied and engage in social comfort, resulting in no further need to engage in social play. This idea forms the basis for his opiod antagonist therapy for autistic children. During rough and tumble play pups learn dominant and subordinate relationships. Playing usually results with one pup pinning the other pup more. The �pinning' pup usually becomes dominant later in life. In this early social framework, pups learn social status. It should be noted that pups do not learn to become aggressive through play. On the contrary, play is never aggressive and hurtful. When deprived of play and later given the opportunity to play, deprived pups will engage in play longer than non isolated pups. This "catch up" effect of play shows how critical play behavior really is. <br />
One point that Panksepp makes regards a childhood disorder, attention deficit hyperactivity disorder (adhd). Psychostimulants usually treat adhd by increasing the ability of children to focus. Psychostimulants also reduce the urge to engage in rough and tumble play. Panksepp's argues that children, like rat pups, need a few hours of rough and tumble play everyday. Schools increasingly cut the time spent on recess and gym, thereby eliminating the time children engage in physical play. Panksepp argues that disruptive hyperactivness in children may in part stem from this school instated repression of physical play. Since play stimulates and releases chemicals into the brain limiting the use of rough and tumble play, even through the use of psychostimulants, may have adverse effects. The point lies within the fact that researchers do not know the full functions and benefits of play. We may be damaging children with adhd, who simply may have different personality types or need to engage in more play. Panksepp suggests trying more non-obtrusive measures with adhd children first. His suggestions include instituting a period at the beginning of the school day for children to play under the supervision of an adult. He makes the point that after terminating pschostimulants, the children return to their former state of hyperactiveness. This demonstrates that instead of learning to control themselves, these children simply undergo a chemical repression of the expression on a drive to play. In addition to all this, psychostimulants may cause a small decrease in physical growth. Panksepp reduced the frontal lobes in pups, rendering them adhd. Indeed, these pups show increased hyperactivity and playfulness. These rat pups functioned normally later in life if allowed to play abundantly throughout their youth. Perhaps this might suggest that in some cases, ADHD may simply be a child expressing an innate need to play. He points out that allowing ADHD pups to play more does not cause them to be wilder. Rough and Tumble playing is regulated homeostatically in the brain, in much the same way as other appetites. <br />
Society and the medical community should put Panksepp's alternative suggestions under careful consideration and thought. If we can understand the treatment of adhd in terms other than drugs, we may be able to help these children function without reducing play behavior, which is increasingly being understood as a very important neural process. Yaak Panksepp stands out as a leader in animal research. His work with animals has great potential in the application and possible treatment of human pathology.Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-24143874162324018862011-06-18T22:39:00.000-07:002011-06-18T22:39:14.369-07:00Jaak Panksepp's Galilean Moment<h2 class="date-header"><span><span style="font-size: x-small;">Friday, January 26, 2007</span></span></h2><h2 class="date-header"><span><span style="font-size: x-small;">* extraído de: <a href="http://mezmer.blogspot.com/2007/01/jaak-panksepps-galilean-moment.html">http://mezmer.blogspot.com/2007/01/jaak-panksepps-galilean-moment.html</a></span></span></h2><div class="date-posts"><div class="post-outer"><div class="post hentry"><h3 class="post-title entry-title"> </h3><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">What if you invited your neighbors to witness your revolution-ary discovery, and nobody came? It's apt to make one a little cranky, to say the least. That was the fate of the great 17th century astronomer and physicist Galileo Galilei. Inviting some learned colleagues to witness his telescopic discovery of the moons of Jupiter, the good fellows (Jesuits mostly) declined. Although one thinks Galileo would have had a better turnout if he had served wine and cheese, with a fruit basket as a door prize, one gathers that the invited guests did not relish the prospect of seeing something (namely orbiting moons) that jarred so completely with their preconceived notion of how the solar system worked.<br />
<br />
So no one came, and Galileo was, to put it mildly, a bit miffed. Indeed, in a subsequent letter to the equally distinguished astronomer Johannes Kepler, Galileo was not shy in his contempt for his learned peers.</div></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;">“We will laugh at the extraordinary stupidity of the crowd, my Kepler. What do you say to the main philosophers of our school, who, with the stubbornness of vipers, never wanted to see the planets, the moon, or the telescope although I offered them a thousand times to show them the planets and the moon. Really, as some have shut their ears, these have shut their eyes towards the light of truth. This is an awful thing, but it does not astonish me. This sort of person thinks that philosophy is a book like the Aeneid or Odyssey and that one has to search for truth not in the world of nature, but in the comparison of texts."</span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: italic;"><br />
</span></div><div class="post-title entry-title"><span style="font-style: italic;"><br />
</span> </div><div style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/_tVY6CWfJWsw/RbkuxMjtFYI/AAAAAAAAAHU/tTaX6BQMRmE/s1600-h/pointitatthesky.gif" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5024098282027947394" src="http://1.bp.blogspot.com/_tVY6CWfJWsw/RbkuxMjtFYI/AAAAAAAAAHU/tTaX6BQMRmE/s320/pointitatthesky.gif" style="cursor: pointer; display: block; margin: 0px auto 10px; text-align: center;" /><span></span><span style="font-style: italic;"><br />
</span></a>"I meant, point it at the sky!" Galileo fumed<br />
<br />
</div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;"><div style="text-align: justify;">Galileo certainly did not suffer fools gladly, yet suffered condemnation not for fighting for what he believed in but for doing it rudely. Galileo simply had little patience or respect for nonsense parading as science. Galileo did not believe in scientific pluralism, that no matter how odd or unscientific the belief we should all nonetheless get along. After all, following the coda of the times, the scientific party did not suffer if a few flat earth enthusiasts were allowed to join the club. Call it perhaps an affirmative action program for stupidity. It's perhaps understandable why this drove Galileo nuts.<br />
<br />
Travel forward almost 4oo years, and neuroscience has progressively revealed, and with telescopic precision, how the brain actually works. Still, for the major psychological schools that purport to explain behavior, from behaviorism to cognitive science, the brain is strangely left out of the picture. Thus for psychology in general, philosophizing and rhapsodizing about how the mind works occurs for the most part without having to stop for a second to look into the mind and see how it actually works.<br />
<br />
Naturally, there are some cranky sorts who won't have any part of this, and crash the party by trying to bring the entire party down. One of these is the distinguished neuro-psychologist Jaak Panksepp. Panksepp is at turns rude, irascible, cutting, and sarcastic in his view of trends in psychology that treat the brain lightly. (In other words, from a Galilean vantage, an overall splendid fellow) In particular, the fact that neuroscience tends to leave out metaphors of affect to describe the analogical processes that underscore our most primal urges has in his view rendered the science incapable of truly understanding behavior.<br />
<br />
So naturally, with this attitude came the inevitable Galilean moment. When Panksepp published an article called the 'Seven Sins of Evolutionary Psychology<a href="http://salmon.psy.plym.ac.uk/year3/psy364criticisms-evolutionary-psychology/panksepp_seven_sins.pdf"><span style="color: #2198a6;">' </span></a>he demonstrated with logical and empirical comprehensiveness and precision why the popular 'science' of evolutionary psychology is neurally unrealistic, and is for the most part a lot of guff. Some of the most distinguished voices in evolutionary psychology, such as Dennett, Buss, Pinker, and Tooby/Cosmides were invited to comment on Panksepp's observations, yet declined. Since these folks are publicity hounds, and seek it wherever they can to promote their Darwinian view of psychology, by refraining from addressing many of the points that Panksepp advanced, one naturally can question their motives. So, lacking Panksepp's insights, their psychological version of the flat earth continues, until we in due course all look through Panksepp's telescope, and discover the truth.</div></div></div></div></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-3863977840278277862011-06-17T20:34:00.000-07:002011-06-17T20:34:18.143-07:00A Neurociência da Liderança - David Rock e Jeffrey Schartz<b><span style="color: #365f92; font-family: Tahoma;"><span style="color: #365f92; font-family: Tahoma;"> <div align="left"><span style="color: black;">Descobertas nas pesquisas sobre o cérebro explicam como fazer a</span></div><div align="left"><span style="color: black;">transformação organizacional dar certo</span></div></span></span><span style="font-family: Tahoma; font-size: small;"><span style="color: black; font-family: Tahoma; font-size: small;">*”The Neuroscience of Leadership” by David Rock e Jeffrey Schwartz<br />
<br />
<a href="http://www.resultscoaches.com.br/_pdf/A_Neurociencia_da_Lideranca.pdf">http://www.resultscoaches.com.br/_pdf/A_Neurociencia_da_Lideranca.pdf</a></span></span></b>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-42620727336377214392011-06-14T18:12:00.000-07:002011-06-14T18:12:44.182-07:00A captura da atenção e o problema da destrutividade.<ul><span style="font-size: x-small;"><span lang="EN">
<li>Freud > pulsão de morte > </li>
<li>Garcia roza > o campo psicanalítico compõe-se de 2 regiões: uma como aparelho psíquico abarcando o Cs e Pcs - representante das representações - e outra para além do P.Prazer, que seria o lugar propprio das pulsões.</li>
<li>PN > emerge da clinica reichiana > não trabalha com representação de representações e considera o conflito psíquico uma formação sempre atual e constantemente revestida, em face das das pressões ambientais e dos automatismos instalados pelo efeito-moldura da estrutura caracteriologica. > a concepção vazia do aparelho impulsional e as operações autônomas da barragem de caráter após sua instauração remetem a questão da plasticidade neuronal sináptica responsável pelo </li>
<li>Efeito Quantico de Zenão: </li>
<li>Dinâmica impulsional + ambiente</li>
<li>A dissociação do impulso unitário original instaura a capacidade para o recalcamento - membrana psíquica/paredes do reservatório de conteúdos Ics - eclipsando o estado de Cs original > domínio de inconsciência/inconsciente da falta > constitui uma expressão das operações cognitivas no plano da subjetivação inconsciente e expressa uma duplicação dos estratos da consciência > formação de contatos substitutivo > impõe-se como uma necessidade fisiológica pois a continuidade da vida requer acoplamentos interativos com o meio > impulso de vida opera duplamente: em parte voltado contra si mesmo expressando, em primeiro plano, uma tentativa de acoplamento estrutural adaptativo às exigências de controle e supressão de certos aspectos da vida impulsional</li>
<li>Na sociedade humana atual a insistência na manutenção de certos aspectos instintuais relativos ao altruísmo mostra-se desadaptativo - paradigmas vigentes na sociedade de consumo e a estrutura conservadora de sociedades que baseiam sua ordem social em preceitos fundamentalistas de ordem religiosa > sacrifício da subjetividade individual em prol de sistemas de alienação > bombardeio ideológico da consciência, o que engessa o FA em direção a certos conteúdos e não a outros > identificação com certos valores vigentes captura o fundamento emocional da motivação que regulamenta a visada preferencial do FA e seus derivados cognitivos </li>
</span><span lang="PT-BR">“</span><span lang="EN">O mal estar na cultura (1930) > pulsão por excelência, encontra-se fora do aparelho psíquico e constitui-se em pura potencia dispersa</span><span lang="PT-BR">“</span><span lang="EN">softwiring</span><span lang="PT-BR">”</span><span lang="EN"> > a plasticidade neuronal encontra-se implicada tanto na gênese dos traços da armadura como na reconfiguração da rede de neurônios por ocasião do processo terapêutico focado na estrutura > a flutuação do FA parece ser de importância decisiva </span><span lang="PT-BR">“</span><span lang="EN">apenas os estímulos que recebem atenção tem o poder de alterar o mapa cortical ( Schwartz e Begley )</span><span lang="PT-BR">
<li>Destrutividade para Reich: 1-agressão objetivamente motivada ( autodefesa), e 2- destrutividade secundaria e não fundamental à natureza humana; mas a consecução de ambas exige o acionamento das inscrições neurobiológicas da agressividade, o que pode causar a falas impressão de uma destrutividade intrinsica ao ser humano e autônoma em relação a sexualidade > a distorção do impulso agressivo aparece como efeito neurobiológico do acoplamento estrutural com um ambiente organizado em torno de regras que promovem a sub-regulação do impulso amoroso intrinsico > o suposto equivoco naturalista de Reich é freqüentemente apontado como uma evidencia de sua ingenuidade intelectual e a agressividade destrutiva é freqüentemente tomada como um evento biológico natural ou como uma pulsão por excelência </li>
<li>Eibl-Eibsfeldt > aponta para o papel das doutrinações sociais, ou seja, o papel exercido pela pressão ambiental de tipo subjetivo e a imposição de um sistema de valores baseado na competição e na eliminação da diferença</li>
<li>A captura da atenção parece ser o fiel da balança no que tange ao predomínio do altruísmo ou da destrutividade no seio das sociedades humanas > o bombardeio da atenção conhecido como doutrinação parece, portanto, atuar no sentido de eclipsá-La, de impedir que ela flutue ao sabor das reflexões individuais mas isso só parece ser possível na medida em que haja uma contrapartida no interior do sujeito > emerge da dupla função do impulso erótico cindido e da obliteração do estado de consciência original: o ‘dar-se conta de si’, que emerge com o 2º salto evolucionário. Cria-se assim o terreno fértil para a doutrinação</li>
<li>Nas sociedades humanas, pelo menos tal como as conhecemos até aqui, na medida em que o impulso erótico original tenha sofrido tenha sofrido o processo de cisão e instaurado a capacidade para o recalcamento, tanto o impulso erótico se enfraquece quanto o impulso agressivo se fortalece ao ponto de manifesta-se de modo predominantemente destrutivo e não construtivo. O fiel da balança parece residir nos vetores da ordem cultural que nos atravessa</li>
<li>Reich > “o ambiente exerce influencia decisiva e determina se uma inclinação existente será desenvolvida e fortalecida ou impedida de se desdobrar em sua totalidade”</li>
<li>A pressão ambiental incide sobre as subjetividades individuais através do regramento dos usos e costumes do corpo, visando as emoções e as inclinações da cognição humanas. A cultura em si mesma inexiste, a não ser através de suas manifestações sobre os objetos do universo físico e das pressões sobre a atenção, exercidas pela linguagem e pelos atos dos nossos semelhantes > exerce seu mandato regulador sobre as relações sociais com os nossos semelhantes e define o sistemas de crenças e valores de cada individuo em função de suas vicissitudes históricas: a família em que nascemos e seus dramas, a nossa posição no grupo familiar, os papeis existenciais que nos são atribuídos e retransmitidos através das gerações, as circunstancias da sociedade em que estamos inseridos, etc</li>
<li>O sistema de crenças e valores exerce seu impacto a partir de posições que passam inicialmente pelo campo da consciência e, num segundo momento, a partir dos estratos inconscientes da vida subjetiva implicando na colonização das ações individuais em todas as instancias: perceptivo-motoras, emocionais e cognitivas > a persistência da doutrinação requer que a pressão ambiental ocorra com freqüência e que seja auto-inflingida também pelo próprio individuo; e as coisas precisam se dar deste modo a fim de que se consolidem as memórias de procedimento motor e as memórias de procedimento emocional inconsciente, que operam em conjunto no plano das ações automáticas . Encouraçado, o homem torna-se um autômato de Si e a recuperação da sua capacidade para atenção a Si parece, em contexto clinico, ser capaz de fazer frente a esta condição de auto-alienação</li>
<li>Repercussões sobre a rede de neurônios: as pressões ambientais podem promover uma convergência entre os sistemas emocionais e os sistemas cognitivos ou então fazer com que operem em antagonismo > estreitamento dos canais cognitivos, tendência à inflexibilização de funcionamento do conjunto mental - mindset, a atenção pode ser tornar estreitados ou dispersos, focalizados em excesso ou redundar em impersistencia ascensional - redução da profundidade da ação intelectual e da capacidade para experimentar sentimentos</li>
<li>A visada de Reich, comprometida com o paradigma da ciência natural e com o projeto iluminista parece encontrar fortes pontos de apoio no conhecimento atual aportado pela neurociência. </li>
</span></span></ul>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-6191469478145027702011-06-04T17:53:00.001-07:002011-06-04T17:53:57.345-07:00<p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="CENTER"><span style="font-size:130%;"><b>União gay</b></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="CENTER"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Tenho aprendido, ao longo da vida, o que é saber aceitar as diferenças. Sejam elas de gênero, cor, religião, futebol, etc. Relevar essas diferenças é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Dito isto, tratemos do tema referido no título desta crônica, pois aprender a se adaptar é o melhor que podemos fazer enquanto estamos vivos.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Comecemos por tentar entender o que é homossexualidade, ou melhor dizendo, o que não é. Não é opção! Optar é um ato consciente de vontade. Você, leitor, optou por ler esta matéria, mas havia outras que poderiam ter chamado sua atenção e que deixou para depois. Tampouco você, se é heterossexual, escolheu ser assim. Quando chegou lá na adolescência e começou a fazer suas escolhas objetais, se deu conta que gostava de alguém do sexo oposto. Portanto, repetindo, homossexualidade não é opção, mas sim uma organização da libido que tem a ver com aspectos genéticos e ambientais, da mesma maneira que a heterossexualidade. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Não existem estudos estatísticos de populações inteiras para saber o percentual de cada organização sexual, mas podemos supor que em torno de 80% das pessoas se organizam de forma heterossexual e os demais 20%, homossexuais. Portanto, a homossexualidade é um aspecto da natureza humana, como o é a heterossexualidade.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Por que tanto ódio? Porque o diferente nos assusta, nos confronta, nos faz pensar. E pensar dói! Pensar em si mesmo, em como se tem vivido, o que se tem feito pelo outro, o quanto alguém “diferente” de nós pode viver melhor do que nós! E por aí vamos. Não é atoa que em todas as culturas sempre existiram, e continuarão existindo, os bolsonaros da vida!</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Reconhecer estas uniões já deveria ter ocorrido há muito tempo, dando a elas os mesmos direitos, e deveres, que às demais uniões entre homens e mulheres. Assim acontecendo a sociedade não vai se perder, não será o fim da família, nem o caos das relações humanas.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Para finalizar diria que deixemos de ser hipócritas ao pensar que a homossexualidade é uma “aberração humana”; no reino animal já se conhecem 450 espécies que têm indivíduos homossexuais.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="RIGHT"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="RIGHT"><span style="font-size:85%;"><b>Dr. Nei Guimarães Machado</b></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="RIGHT"><span style="font-size:85%;"><b>Médico Psiquiatra</b></span></p>contos&crônicashttp://www.blogger.com/profile/13739635713169209326noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-32509207591418300392011-05-28T16:53:00.001-07:002011-05-28T16:53:36.743-07:00Neurônios e materialismo dialético - Roberto Lent.<div class="documentDescription"><span id="parent-fieldname-description">Gás neurotransmissor unifica estados contrários no cérebro: ponto para a filosofia marxista? </span></div>Por: <span>Roberto Lent</span> <br />
<div style="font-size: 11px;"><span>Publicado em 24/09/2009 </span><span>| Atualizado em <span>20/01/2010</span> </span></div><div class="newsImageContainer"><a class="lightbox" href="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/neuronios-e-materialismo-dialetico/image" id="parent-fieldname-image" jquery1306598595610="7"><img alt="Neurônios e materialismo dialético" class="newsImage" height="250" src="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/neuronios-e-materialismo-dialetico/image_preview" title="Os dois elementos opostos que constituem o sistema nervoso: a célula verde é um neurônio piramidal (excitatório) em uma fatia do córtex cerebral e as células vermelhas são neurônios inibitórios (foto: Thomas Nevian, da Universidade de Berna, Suíça)." width="250" /><span style="color: #436976;"> </span></a><div class="discreet"><span id="parent-fieldname-imageCaption">Os dois elementos opostos que constituem o sistema nervoso: a célula verde é um neurônio piramidal (excitatório) em uma fatia do córtex cerebral e as células vermelhas são neurônios inibitórios (foto: Thomas Nevian, da Universidade de Berna, Suíça). </span></div></div><div class="plain" id="parent-fieldname-text"><table><tbody>
<tr><td align="center"><br />
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<tr><td><br />
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<tr><td>Minha geração, que hoje é sexagenária, viveu um período rico de embate de ideias na década de 1960, época em que pontificavam os princípios do materialismo dialético. Lembro bem desse embate, especialmente dos aspectos que se referiam à ciência. <br />
<br />
Nesse campo, o suprassumo de nossas leituras filosóficas era <em>A Dialética da Natureza, </em>do filósofo alemão Friedrich Engels (1820-1895). Nesse livro, Engels expôs os seus três princípios fundamentais da natureza: a lei da unidade e do conflito de contrários, a lei da passagem do quantitativo ao qualitativo e a lei da negação da negação. Sobre a primeira lei, Engels entendia que na natureza as coisas geralmente são determinadas pela ação mútua de dois polos opostos, e que a existência desses polos lhes conferia uma unidade. Assim, cada objeto ou fenômeno natural seria o resultado unificado da interação de forças contrárias. <br />
<br />
O problema era compreender isso aos 18 anos. Confesso que repetia, admirado, a concepção de Engels, escondendo minha dificuldade em aceitar de que modo um fenômeno podia ser ao mesmo tempo unificado e dividido. Os físicos tinham vários exemplos à mão, como o átomo, composto por prótons e elétrons, e os dois polos dos ímãs. <br />
<br />
Mas, na incipiente neurociência da época, os exemplos eram escassos. Fiquei surpreso, agora, ao achar tardiamente um exemplo prático da primeira lei da dialética, quando me deparei com uma descoberta importante que acaba de ser publicada por um grupo de pesquisadores franceses. Eles mostraram como o cérebro é capaz de controlar continuamente a sensibilidade dos neurônios, regulando-a para os altos e baixos do fluxo de informações do dia a dia. <br />
<br />
<strong>O neurônio e seus dois contrários </strong><br />
Neurônios são células excitáveis, o que, na prática, significa que produzem sinais elétricos que codificam informações provenientes de outros neurônios ou diretamente do ambiente. A excitabilidade do neurônio é possibilitada por uma membrana que o envolve, capaz de separar os íons de dentro daqueles que ficam fora da célula, criando uma diferença de potencial elétrico sobre a qual ocorrerão os sinais do código neural. <br />
<br />
O cérebro precisa manter os neurônios “à flor da pele” enquanto estamos acordados, deixando-os prontos para disparar seus sinais de informação a qualquer momento e quaisquer que sejam as condições ambientais. Imagine a dificuldade. Você tem que ser capaz de entender o que um conferencista está dizendo, esteja o público em silêncio ou conversando. Tem que ser capaz de inserir a chave exatamente no buraco da fechadura no claro ou no escuro, e deve acertar o passo na direção certa, sozinho ou no meio de uma multidão.<span class="Apple-style-span"> </span><br />
Para isso, cada neurônio tem a sua excitabilidade regulada continuamente – entre o silêncio e a insensibilidade do sono e o alerta e a extrema vivacidade da vigília. O caso é que a excitabilidade de cada neurônio é regulada pela interação de dois contrários: excitação e inibição. E essas funções contrárias são providas por tipos opostos de sinapses (os pontos de contato e troca de informações entre neurônios): excitatórias e inibitórias. <br />
<br />
A coisa funciona assim: nos circuitos cerebrais, cada neurônio recebe milhares de sinapses de outros neurônios. Algumas são excitatórias e outras, inibitórias. Enquanto as primeiras mantêm o neurônio “à flor da pele”, as segundas o tornam menos sensível, bloqueando a informação incidente. Quando é necessário aumentar a sensibilidade do neurônio, predomina a atividade excitatória, e o contrário ocorre quando é necessário “adormecer” o neurônio um pouco. Tudo isso no meio do bombardeio constante de informações (excitatórias) provenientes do meio ambiente que muda a cada momento: sons, movimentos do corpo, luzes, imagens e assim por diante. <br />
<br />
<strong>Neuroplasticidade homeostática </strong><br />
A questão fundamental da biologia do neurônio, então, é saber como se dá a regulação dinâmica da sua excitabilidade, isto é, de que modo os circuitos conseguem manter a excitabilidade neuronal, aumentá-la ou diminuí-la conforme as circunstâncias. Em outras palavras: precisamos saber como o cérebro controla a sua própria excitabilidade, neurônio a neurônio, momento a momento. <br />
<br />
Essa questão foi abordada por um grupo francês liderado por Philippe Fossier, do Instituto de Neurobiologia Alfred Fessard, em Gif-sur-Yvette (França). Os pesquisadores definiram a capacidade de regulação do nível de excitabilidade dos neurônios como <em>neuroplasticidade homeostática, </em>aproveitando dois conceitos importantes (e contrários!): plasticidade – a capacidade de mudança do cérebro em resposta à dinâmica do ambiente – e homeostase – a capacidade de estabilização funcional frente a essa mesma dinâmica ambiental. <br />
<br />
A hipótese que propuseram é que os neurônios mantêm relativamente constante a sua sensibilidade ao ambiente – apesar das turbulências deste – por meio de um mecanismo de regulação do equilíbrio entre duas forças contrárias: a excitação e a inibição. <br />
<br />
Os pesquisadores trabalharam com experimentos relativamente simples. Cultivaram fatias de córtex cerebral de ratos, mantidas vivas e funcionais em laboratório, e nelas combinaram a estimulação elétrica simultânea de um grupo de neurônios com o registro dos sinais elétricos produzidos em neurônios isolados do mesmo circuito. <br />
<br />
Nessas condições, verificaram que o balanço entre excitação e inibição em cada neurônio cortical era constante: 20% de excitação, 80% de inibição. Ou seja: ao estimularem os neurônios com alta ou baixa frequências, o balanço permanecia o mesmo. Esse tipo de experimento tem a vantagem de tornar possível a adição de drogas ao frasco de cultura, e assim alterar controladamente a resposta do neurônio perante substâncias ativadoras ou bloqueadoras de cada etapa dos processos bioquímicos da excitação e da inibição. E o modo de ação dessas substâncias revela os mecanismos bioquímicos do processo. <br />
<br />
<strong>Um gás no controle da contradição dialética do córtex </strong><br />
<table align="right"><tbody>
<tr><td align="center"><table align="left"><tbody>
<tr><td><img alt="" height="252" src="http://www.blogger.com/banco-de-imagens/lg/web/images/ch-on-line/colunas/neuronios/153510c.jpg" width="300" /></td></tr>
<tr><td><table><tbody>
<tr><td><div align="left">Os neurônios escuros são nitridérgicos, isto é, capazes de produzir óxido nítrico. Eles são os mantenedores do balanço dialético do córtex cerebral (foto: Marco Rocha Curado, que defendeu esta semana tese de mestrado sobre a morfologia dos neurônios nitridérgicos do rato na Universidade Federal do Rio de Janeiro).</div></td></tr>
</tbody></table></td></tr>
</tbody></table></td></tr>
</tbody></table>Os experimentos realizados pela equipe francesa encontraram o responsável pela neuroplasticidade homeostática: o gás óxido nítrico. Essa estranha substância (um gás no cérebro?) é sintetizada por proteínas existentes dentro do neurônio e em outras células e imediatamente se difunde através das membranas para ativar moléculas dentro de todas as células que encontre no caminho, sejam neurônios, células de vasos sanguíneos ou quaisquer outras. <br />
<br />
O óxido nítrico é produzido por neurônios especiais distribuídos em mosaico em todo o córtex cerebral e demais regiões do cérebro. Esses neurônios possuem a enzima que sintetiza óxido nítrico e, segundo a equipe de Philippe Fossier, são os mantenedores do balanço excitação/inibição que garante a estabilidade da excitabilidade dos circuitos neuronais. Parafraseando Carlos Drummond de Andrade: não é uma boa rima, mas é uma boa solução. <br />
<br />
Desse modo, nosso cérebro está dialeticamente preparado para manter-se capaz de responder às informações provenientes do ambiente, ou as produzidas pelas suas próprias maquinações interiores, independentemente das oscilações de ruído, luminosidade ou movimento corporal. <br />
<br />
Engels não podia supor que a sua primeira lei da dialética encontraria exemplos na neurociência. E muito menos os neurocientistas como eu poderiam supor que suas evidências poderiam ser associadas ao marxismo! Essa constatação não daria para consertar o mundo, mas é uma associação inusitada...<br />
<table align="center"><tbody>
<tr><td><span class="texto10"><strong>SUGESTÕES PARA LEITURA </strong><br />
F. Engels (2000) <em>A Dialética da Natureza. </em>Editora Paz e Terra, 238 pp. <br />
N. Le Roux e colaboradores (2006) Homeostatic control of the excitation-inhibition balance in cortical layer 5 pyramidal neurons. <em>European Journal of Neuroscience, </em>vol. 24: pp.3507-3518. <br />
N. Le Roux e colaboradores (2009) Roles of nitric oxide in the homeostatic control of the excitation-inhibition balance in rat visual cortical networks. <em>Neuroscience, </em>vol. 163: pp.942-951. </span></td></tr>
</tbody></table><strong>Roberto Lent </strong>Professor de Neurociência <br />
Instituto de Ciências Biomédicas <br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro <br />
24/09/2009<br />
<table align="right"><tbody>
<tr><td align="center"><table align="left"><tbody>
<tr><td><table><tbody>
<tr><td><div align="left"><br />
</div></td></tr>
</tbody></table></td></tr>
</tbody></table></td></tr>
</tbody></table></td></tr>
</tbody></table></td></tr>
</tbody></table></td></tr>
</tbody></table></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-82173611300195917372011-05-27T21:30:00.000-07:002011-05-27T21:30:31.527-07:00Pensar sobre pensar - Roberto Lent.<div class="documentDescription"><span id="parent-fieldname-description">Quando analisamos uma decisão que tomamos ou um pensamento que temos, realizamos um ato de metacognição. Roberto Lent aborda um estudo sobre essa característica humana de introspecção, e os mecanismos cerebrais que a geram. </span></div>Por: <span>Roberto Lent</span> <br />
<div style="font-size: 11px;"><span>Publicado em 24/09/2010 </span><span>| Atualizado em <span>24/09/2010</span> </span></div><div class="newsImageContainer"><a class="lightbox" href="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/pensar-sobre-pensar/image" id="parent-fieldname-image" jquery1306555239235="10"><img alt="Pensar sobre pensar" class="newsImage" height="295" src="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/pensar-sobre-pensar/image_preview" title="Neurocientistas chamam a capacidade humana de refletir sobre os próprios pensamentos de metacognição. É com essa introspecção que avaliamos a certeza de nossas decisões (Montagem: Júlia Dias Carneiro. Ilustração: Flickr.com/Graela – CC BY-NC-SA 2.0)." width="400" /><span style="color: #436976;"> </span></a><div class="discreet"><span id="parent-fieldname-imageCaption">Neurocientistas chamam a capacidade humana de refletir sobre os próprios pensamentos de metacognição. É com essa introspecção que avaliamos a certeza de nossas decisões (Montagem: Júlia Dias Carneiro. Ilustração: Flickr.com/Graela – CC BY-NC-SA 2.0). </span></div></div><div class="plain" id="parent-fieldname-text">No cotidiano, deparamo-nos frequentemente com escolhas e decisões a tomar, com maior ou menor urgência e importância. Em quem devo votar? Que filme verei hoje? Que curso escolherei para o vestibular? Qual a resposta certa para a pergunta da prova?<br />
Acabamos decidindo alguma coisa, mas... Será que fizemos certo? Nesse processo, durante e após a tomada de decisão, refletimos sobre nosso próprio pensamento e avaliamos as nossas escolhas.<br />
Pensamos sobre o nosso próprio pensamento: esta é uma propriedade da mente humana que os neurocientistas chamam de <em>metacognição</em>.<br />
<div class="pullquote">Pensar sobre o nosso pensamento: esta é uma propriedade da mente que os neurocientistas chamam de metacognição</div>Podemos ilustrar esse processo com um teste simples. Se pedirmos ao distinto público que aponte, dentre as sequências de segmentos abaixo, a que lhe pareça ter a maior precisão de foco, não haverá muita dificuldade. Pelo menos, rapidamente você escolherá uma delas sem maiores problemas.<br />
O difícil é se, depois da sua resposta, alguém lhe perguntar que grau de certeza você tem sobre a escolha que fez. Você diria que tem 100% de certeza de que acertou?<br />
<dl class="image-inline captioned image-inline"><dt><a href="http://www.blogger.com/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/linhasgabor.jpg" jquery1306555239235="11" rel="lightbox"><img alt="Linhas de Gábor" height="133" src="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/linhasgabor.jpg/image_preview" title="Linhas de Gábor" width="400" /></a></dt>
<dd class="image-caption" style="width: 400px;">Não é tão difícil escolher uma das sequências acima com mais foco. Difícil é ter certeza da escolha! Essas linhas de contraste variável foram criadas pelo matemático e físico britânico nascido na Hungria Gábor Dénes, criador da holografia e prêmio Nobel de física em 1971, depois “rebatizado” Dennis Gabor (1900-1979).</dd></dl>Bem, se isso for parte de um experimento psicofísico para a identificação de contrastes, a primeira conclusão é que cada um tem uma sensibilidade visual diferente, e, portanto, fará sua escolha de acordo com essa característica sensorial que lhe é peculiar. A certeza (ou incerteza) do acerto variaria com o sistema visual de cada um. Portanto, para investigar a incerteza decisória, é preciso eliminar a incerteza sensorial.<br />
Para esse fim, o experimentador pode regular a dificuldade do teste manipulando os segmentos contrastantes (conhecidos como linhas de Gábor). Isso é possível, já que eles são gerados por funções matemáticas senoidais conhecidas. Dependendo dos parâmetros utilizados, as linhas podem ter diferentes contrastes, construídos ao bel-prazer do experimentador.<br />
A vantagem desse procedimento é que se torna possível manipular as linhas apresentadas a cada sujeito, de maneira que todos tenham a mesma chance de acertar: por exemplo, 70% de respostas corretas. Assim, todos estarão em igualdade de condições, de acordo com a individualidade do seu sistema visual.<br />
<dl class="image-inline captioned image-inline"><dt><a href="http://www.blogger.com/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/graficoautoconfianca.jpg" jquery1306555239235="12" rel="lightbox"><img alt="Gráfico da autoconfiança" height="244" src="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/graficoautoconfianca.jpg/image_preview" title="Gráfico da autoconfiança" width="400" /></a></dt>
<dd class="image-caption" style="width: 400px;">O grupo de Stephen Fleming, do University College London, investigou o grau de autoconfiança de 32 voluntários sobre o seu próprio grau de acerto na escolha das linhas de Gábor com melhor foco. Os inseguros (losangos vermelhos mais à esquerda) remoem-se em dúvidas sobre sua escolha. Os seguros (losangos à direita) têm até 100% de certeza sobre sua decisão. Qual seria a sua posição nesse experimento? (Modificado de Fleming e colaboradores – Science/2010).</dd></dl><h3>Decisões e autoconfiança </h3>Agora, já que a percentagem de acertos sobre o contraste das linhas de Gábor se tornou constante para todos os observadores (confira os triângulos azuis no gráfico acima), pode-se testar o grau de certeza de cada um sobre a sua escolha (os losangos vermelhos do gráfico), independente da sensibilidade visual individual.<br />
<span class="link-external" jquery1306555239235="2"><a class="external-link" href="http://www.aaas.org/news/releases/2010/0916sp_introspection.shtml" target="_blank"><span style="color: black;">Esse experimento foi feito recentemente por um grupo de pesquisadores liderado por Stephen Fleming</span></a></span>, do University College London, na Inglaterra. O resultado, <span class="link-external" jquery1306555239235="3"><a class="external-link" href="http://www.sciencemag.org/cgi/content/abstract/329/5998/1541" target="_blank"><span style="color: black;">publicado este mês na <em>Science</em></span></a></span>, foi interessante, talvez bem conhecido dos psicólogos: alguns demonstraram muitas dúvidas sobre sua escolha, enquanto outros tinham absoluta certeza da mesma. A autoconfiança variou de 0 a 100% entre os indivíduos!<br />
<div class="pullquote">Autoconfiança tem a ver com a personalidade de cada um e com a capacidade de refletir sobre seus atos e pensamentos</div><h3><span class="Apple-style-span"></span></h3>Autoconfiança tem a ver com a personalidade de cada um, e também com a capacidade de refletir sobre seus atos e analisar seus próprios pensamentos: reflete a tal metacognição que mencionamos acima. De fato, testando várias vezes os mesmos sujeitos, o grupo de pesquisadores constatou que a autoconfiança individual era bastante consistente – uma verdadeira ‘marca de personalidade’.<br />
<h3><span class="Apple-style-span"></span></h3>Stephen Fleming e seus colaboradores chegaram àquela conclusão famosa: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. Ou seja: muitas de nossas decisões do dia a dia são tomadas sem que tenhamos grande certeza de que agimos certo. O desempenho comportamental é uma coisa, a autoconfiança sobre ele é outra!<br />
<h3><span class="Apple-style-span"></span></h3><h3><span class="Apple-style-span"></span><span class="Apple-style-span"><br />
A frenologia moderna</span></h3>O grupo do University College London não ficou nisso. Perguntou-se se seria possível identificar as regiões cerebrais envolvidas com a metacognição. Trata-se de um empreendimento audacioso, que remonta aos frenologistas do século 18, a cuja história vale referir.<br />
Nessa época remota, o cérebro estava começando a vencer a disputa com o coração pelo direito de ‘sediar a alma’, ou seja, como o ‘locus’ estrutural das propriedades cognitivas e afetivas que todos possuímos. Especulava-se muito, no entanto, dada a falta de técnicas capazes de dar base científica ao problema.<br />
<div class="pullquote">Apesar desse aspecto especulativo, o conceito de localização cerebral das capacidades cognitivas mostrou-se correto até hoje</div>Na época, destacou-se nesse campo o médico alemão Franz Joseph Gall (1758-1828). Gall defendia que as capacidades mentais se localizavam em regiões específicas do cérebro.<br />
Durante a vida do indivíduo, acreditava, algumas regiões se desenvolviam mais que outras, e acabavam por imprimir uma marca no crânio, identificável externamente por medidas craniométricas. A tese ficou conhecida como <em>frenologia </em>(do grego phrenos, mente; e logos, estudo).<br />
Gall atirou no que viu, e acertou o que não viu. As funções que atribuía ao cérebro eram completamente especulativas, e a possibilidade de prever a nossa personalidade analisando as protuberâncias de nosso crânio não se confirmou. Para se ter uma ideia, a frenologia listava como funções mentais as seguintes: idealismo, espírito de imitação, combatividade, autoestima, destrutividade, e, até mesmo... republicanismo!<br />
<dl class="image-inline captioned image-inline"><dt><a href="http://www.blogger.com/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/frenologia.jpg" jquery1306555239235="13" rel="lightbox"><img alt="Frenologia" height="239" src="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/frenologia.jpg/image_preview" title="Frenologia" width="400" /></a></dt>
<dd class="image-caption" style="width: 400px;">A figura à esquerda é um cartaz frenológico do século 19. A inscrição no pescoço significa “Conhece-te a ti mesmo”, em alemão. À direita, Joseph Gall é representado palpando o crânio de uma pessoa, presumivelmente para determinar-lhe a personalidade (fotos: Wikimedia Commons).</dd></dl>Apesar desse aspecto especulativo, o conceito de localização cerebral das capacidades cognitivas mostrou-se correto até hoje, confirmado pelos estudos com neuroimagem por ressonância magnética. Esses estudos partem da tese correta de Gall, segunda a qual as funções mentais são localizadas no cérebro, se não em regiões únicas restritas, certamente em redes neurais articuladas e conectadas funcionalmente.<br />
As funções atribuídas ao cérebro no século 19, apesar de sua falta de base científica, estão de certa forma sendo resgatadas pelos experimentos controlados de hoje. Não soa ‘frenológico’ dizer que a autoconfiança possa estar localizada em uma certa região cerebral?<br />
<h3><br />
A localização cerebral da autoconfiança</h3>Foi daí que partiram Fleming e seus colaboradores. Definiram quantitativamente a autoconfiança, que passaram a considerar uma expressão da metacognição – a capacidade introspectiva de avaliarmos mentalmente a certeza das nossas decisões e ações.<br />
<div class="pullquote">Aqueles com alto grau de autoconfiança apresentavam maior volume cerebralno córtex pré-frontal anterior</div>Cada sujeito, portanto, adquiriu uma medida numérica do seu grau de autoconfiança, expressa nas proporções que estão representadas no gráfico como losangos vermelhos.<br />
Os mesmos sujeitos eram então levados a um exame de ressonância magnética capaz de medir o volume das diferentes áreas do cérebro (que presumivelmente reflete o número de neurônios) de cada um.<br />
E, finalmente, um estudo de correlação estatística era realizado para comparar o grau de autoconfiança de cada indivíduo com o volume das áreas cerebrais.<br />
O resultado foi uma correlação positiva do volume do córtex pré-frontal anterior, principalmente no hemisfério direito (as áreas identificadas com cores quentes na imagem), com a autoconfiança dos sujeitos. Aqueles com alto grau de autoconfiança apresentavam maior volume cerebral nessa região, e os inseguros exibiam menor volume.<br />
<dl class="image-inline captioned image-inline"><dt><a href="http://www.blogger.com/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/regioescerebro.jpg" jquery1306555239235="14" rel="lightbox"><img alt="Regiões do cérebro" height="182" src="http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/bilhoes-de-neuronios/imagens/regioescerebro.jpg/image_preview" title="Regiões do cérebro" width="400" /></a></dt>
<dd class="image-caption" style="width: 400px;">A imagem mostra os dois hemisférios cerebrais, apresentando em cores quentes (vermelho, amarelo) as regiões cujo volume mais se correlaciona positivamente com o grau de certeza dos sujeitos que participaram do experimento (Modificado de Fleming e colaboradores – Science/2010).</dd></dl><span class="Apple-style-span">É preciso exercer uma certa cautela ao interpretar resultados de correlação. Duas medidas podem estar correlacionadas, sem que necessariamente uma seja a causa da outra. No entanto, como as regiões apontadas no estudo são às vezes atingidas por lesões, e esses pacientes exibem sintomas depressivos com baixa autoestima, é inescapável a hipótese de que, neste caso, a presunção de causa-efeito possa ser verdadeira.</span><br />
<span class="Apple-style-span"></span><span class="Apple-style-span">Além disso, não deixa de ser curioso que estejamos, em pleno século 21, a comprovar, por meios científicos controlados, que a especulação desenfreada dos frenologistas talvez não tenha sido tão absurda assim... </span><br />
<div class="bloco-centralizado"><strong>Sugestões para leitura </strong><br />
<br />
H.S. Terrace e L.H. Son (2009) Comparative metacognition. Current Opinion in Neurobiology, vol. 19, pp. 67-74. <br />
<br />
S. Fleming e colaboradores (2010) Relating introspective accuracy to individual differences in brain structure. Science, vol. 329: pp. 1541-1543.</div><span class="Apple-style-span"></span><br />
<span class="Apple-style-span"><strong><br />
Roberto Lent</strong><br />
Instituto de Ciências Biomédicas<br />
Universidade Federal do Rio de Janeiro</span></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-59892601907324055792011-05-25T06:25:00.001-07:002011-05-25T06:42:46.351-07:00teoria e práticasTenho uma dúvida.<br /><br />Nos anos 80 e 90, fiz muitos cursos e vivências de terapias/práticas corporais, inclusive do shiatsu. Sou super desajeitada, mas estranhamente (estranhíssimamente) na hora de praticar, "baixa" um santo do faz-tudo e eu acabei sendo em várias turmas às quais pertenci uma das melhores praticantes dos ditos cursos/vivências. <br /><br />Reparo então o seguinte: nem sempre quem melhor "entende" (com a cabeça) é quem melhor pratica (com o corpo) este tipo de abordagem que tem o corpo como base. Ás vezes, com muita dedicação o tipo que chamarei de -"mental" consegue praticar direitinho, mas nem sempre. Nem tudo é explicável e sistematizável de forma a que quem tem mais tendência ao pensar consiga "executar" estas performances que têm o corpo como centro do assunto. <br /><br />Mesmo na super teórica prática psicanalítica acontece algo semelhante: nem sempre o melhor estudante ou teórico é o melhor clínico. Ou seja: até mesmo um treco totalmente totalmente teórico- como é o caso da psicanálise- na prática exige aptidões que o indivíduo mais "mental" não consegue realizar com tanta eficiência quanto o que consegue na teoria.<br /><br />O fato de estarmos estudando da forma como o estamos fazendo agora- lendo e conversando sobre, sem praticar nada- não pode ser uma faca de dois legumes? Não deveríamos associar um pouco a teoria à prática de maneira a "funcionarmos" melhor quando fôssemos clinicar?<br /><br />Sem dúvida é preciso a base teórica para que as coisas tenham a dimensão teórica correta e para que todos possamos alcançar um patamar comum. Mas será que não seria interessante termos algum espaço para um papo prático de tudo o que estamos abordando? <br /><br />Pelo que entendi, o papo mais prático começará lá adiante. Mas do jeito como entendo que estas coisas acontecem, talvez a prática devesse vir juntinho da teoria, até para que fôssemos sanando desde já os problemas que uma prática implica.<br /><br />Acredito que isso implicasse em aumentar e/ou atrasar o curso. Sei lá. Eis aí minha meta-questão ;).Unknownnoreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-42019471558329639842011-05-24T17:19:00.000-07:002011-05-25T19:36:35.236-07:00Repressão e recalque. P. do prazer e P.da realidade.<div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Coutinho Jorge menciona carta á Fliess de Freud, fins de 1897 > “expressa, pela 1 º vez, que algo orgânico desempenha um papel no recalque” > > “é precisamente graças a sexualidade recalcada nos processos de recalque normal que surge uma multiplicidade de processos intelectuais do desenvolvimento – tais como medo, vergonha e coisas similares”</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Freud > isenta a constituição da subjetividade de injunções sócio-históricas > influências acidentais/ambientais cede lugar a fatores constitucionais > guinada rumo ao organicismo > exime a psicanálise da responsabilidade frente aos abusos cometidos contra as crianças pela educação violenta e autoritária e frente as injunções econômicas que permeiam os valores educativos, da produção da doença mental ou mesmo da produção das singularidades > disposição neuropática geral > o recalque independe do ambiente, é um mecanismo estrutural e estruturante > não nos resta outra possibilidade a não ser conviver com o mal – estar, com a destrutividade, com a discriminação social e racial<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e com a violência contra as crianças como o preço a pagar pela nossa condição civilizada</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Coutinho Jorge sobre Reich: “(...)Lacan veio a precisar tal distinção, mostrando o engodo inerente a concepção reichiana e pontuando não só que o recalque não provem da repressão, como também que a repressão é, ela mesma, um efeito de haver recalque. Decorre precisamente daí o fato de Freud ter sido levado a formular a noção de recalque originário, isto é, de um recalque que antecede tudo e esta na origem mesma da constituição da estrutura do sujeito”</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Reich não desconsidera os processos de recalcamento, mas colocará uma diferença significativa quanto à dinâmica implicada na duplicidade dos sistemas psíquicos (inconsciente e pré consciente/consciente)<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>e na suposta disposição neuropática geral estipulada pelo recalque originário: ambos revelar-se-ão um produto do encouraçamento caracteriologico que deriva de uma certa repressão social original; esta sim, a fonte daquele ‘algo orgânico que desempenha um papel no recalque’</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">O recalque é estrutural na medida em que emerge da formação dos traços caracteriológicos e afeta as funções motora, autonômica e cognitiva – em particular a atencional. Freud jamais poderia imaginar que o organismo fosse capaz de assimilar ‘organicamente’, isto é, em termos de memórias de procedimento de tipo inconsciente, as incidências modeladoras exercidas pelo ambiente no interesse da cultura em vigor.</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Reich > o recalcamento é um processo que se desenrola entre o eu e as aspirações do infra eu, e o seu motor é Iac que domina Isex, do conflito entre elas resulta o desenvolvimento psíquico > ênfase ao caráter aberto do aparelho das pulsões – acoplamento estrutural (Maturana&Varela) > no entender de Reich, a psicanálise não pode conceber a criança sem a sociedade > teoria da libido: um organismo em deriva natural, em acoplamento estrutural com o meio, afetando-o e sendo por ele afetado, especialmente no tocante a Isex, dada a sua maior plasticidade (Iac exige satisfação imediata de forma imperiosa e não pode ser recalcada) > o principio de realidade é também atravessado por fatores acidentais > criticas à Freud<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>no fato de tal principio ser apresentado como um dado absoluto:<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“ Por adaptação à realidade, entende-se simplesmente a adaptação à sociedade(...)” > </span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Freud abandona o modelo cientifico-natural em prol de uma posição transcendente e alinhada com as forças sociais hegemônicas: “A investigação cientifica tem demonstrado irrefutavelmente que a atividade psiquica está vinculada à função do cérebro mais do que qualquer outro órgão.(...)Porém, todos os intentos realizados de tentar deduzir de tais fatos uma localização dos processos psíquicos,(...)fracassaram por completo” > abandona o cérebro e o corpo a fim de afastar a importância de fatores acidentais na gênese do conflito psíquico > desenvolve a teoria do recalque em termos metapsicológicos em 1915 > operações de recalcamento necessitam reorientar uma parte do impulso libidinal contra si mesmo</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Reich > deriva do modelo da 1ª tópica a concepção do Ics como uma formação erigida a partir dos traços de caráter e o processo de recalcamento emerge da dinâmica da estrutura caracteriológica, engendrada a partir da dissociação do impulso unitário original.</span></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-57620999576860373522011-05-20T14:48:00.000-07:002011-05-20T14:49:04.176-07:00<p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="CENTER"><b>FREUD SÓ PENSAVA “NAQUILO”?</b></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="CENTER"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Durante uma palestra minha, já faz tempo, alguém da platéia perguntou por que nós, Psiquiatras e Psicanalistas, só pensamos em violência e sexo quando, na vida, há outras coisas tão mais ricas e bonitas.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Não era a primeira vez que tal pergunta surgia. Por isso não fiquei surpreendido; estou acostumado com essa visão equivocada do que seja a Psicanálise.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Muita gente pensa que a Psicanálise nos enxerga como bichos, o que não é justo, pois ninguém formulou, sobre as emoções humanas, uma idéia tão romântica, lírica e poética quanto Freud.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> A Psicanálise nos ensina que já nascemos apaixonados. Quando estamos nos braços de nossa mãe não é só proteção, alimentação, calor e abrigo o que buscamos. Queremos que ela nos dê leite e... deleite. Queremos dela alimento para o nosso corpo e para nossa mente. Caro leitor, somos seres emocionados desde o primeiro ao último suspiro de nossas vidas! Já nascemos enfeitiçados por este feitiço que é o amor.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Amor é correspondência, é sintonizar à emoção daqueles que amamos e ser por eles sintonizados na nossa emoção. Tudo no amor tem de ser mútuo; nada nos fascina tanto quanto cativarmos aqueles que nos seduziram.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Só que esse amor não é platônico, ou apenas incorpóreo. Ninguém nasce anjinho, sueco ou alemão. Em nossas artérias e veias pulsa o sangue quente da paixão (até rimou!).</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Somos pessoas de carne e osso; almas encarnadas. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Na profundidade de nossas emoções não há atração de espíritos sem atração de corpos. Como não há atração de corpos sem atração de espíritos. A essência do amor é isso: um entusiasmo sensualizado, uma sensualidade entusiasmada. Ao estarmos enamorados buscamos um entrelaçamento de coração, cabeça, corpo e membros. Isso é o que Freud chama de sexualidade e não alguma animalidade no cio.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> São energias que vibram e fazem vibrar nossa alma e nossos corpos. Não fossem essas energias em pouco tempo estaríamos todos mortos. São elas que garantem a continuidade da espécie, além – é claro – de garantirem todo o colorido da vida. </p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Toda timidez, angústia, depressão, etc. está intimamente ligada à percepção de que não somos, ou fomos, suficientemente amados... ou que representamos pouca coisa no coração dos outros... ou que perdemos algo ou alguém...</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Os bem-amados possuem sempre um sólido sentimento de segurança e auto-estima.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> O amor, desde que razoavelmente correspondido no seu leito principal, desde que não excessivamente bloqueado no seu fluxo original, inunda todo o universo. “Irriga as plantas, preocupa-se com as baleias, os golfinhos e todos os bichos em extinção, enfim, procupa-se com a natureza, gerando sentimentos ecológicos; inunda todos os povos, culturas e países, gerando os sentimentos de fraternidade e os ideais políticos; decola da terra e levanta vôo para o céu, gerando sentimentos religiosos. Porque o amor é a essência da própria vida”.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Portanto, caro leitor, isso é que é sexualidade para a Psicanálise. Só quando ferida é que gera a brutalidade, o estro sem afeto, a violência.</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> Agora pergunto: existe alguma idéia mais bonita, mais poética e mais romântica do que a idéia que a Psicanálise faz de todos nós?</p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="RIGHT"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><b>Dr. Nei Guimarães Machado</b></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="RIGHT"><span style="font-size: 9pt;font-size:85%;" ><b>Médico Psiquiatra.</b></span></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="RIGHT"><br /></p> <p class="western" style="margin-bottom: 0cm" align="JUSTIFY"> </p>contos&crônicashttp://www.blogger.com/profile/13739635713169209326noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-53719347340388792442011-04-28T10:23:00.000-07:002011-04-28T12:01:06.815-07:00Temperamento, subjetividade e energiaDúvidas que ficaram de ontem:<br /><br /><strong>Temperamento e subjetividade</strong><br />_Qual a relação entre temperamento e subjetividade?<br /><br />_Para a PN, a subjetividade está no corpo. E onde está o temperamento?<br /><br />_Por que o temperamento é imutável? De onde ele vem, o que o compõe e determina?<br /><br /><br /><strong>Energia, paradigma energético, corpo energético</strong><br />_Ainda não consigo internalizar direito o que é exatamente esse paradigma, o que é o "corpo energético". É possível explicar um pouco mais? Navarro também é orientado pela energia?<br /><br />_Onde/como/por que se dá o "rompimento" com o paradigma energético na PN?<br /><br /><br />Acredito que até a próxima quarta comaprtilharei mais dúvidas.<br /><br />Beijos em todos.Maírahttp://www.blogger.com/profile/06996757586734637521noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-48253109476742299902011-04-27T12:09:00.001-07:002011-04-27T12:33:30.870-07:00Entrevista inspiradoracompartilhando uma das matérias mais lindas que já li.<br />estamos todos vivos?<br /><br /><a href="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI228050-15230,00-MINHAS+RAIZES+SAO+AEREAS.html">"MINHAS RAÍZES SÃO AÉREAS"</a><br />A travessia de uma psicóloga sem fronteiras que decidiu ver o lado B do mundoMaírahttp://www.blogger.com/profile/06996757586734637521noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-75864081502955782982011-04-12T06:04:00.000-07:002011-04-12T06:04:34.741-07:00http://www.ted.com/talks/lang/por_br/isabel_behncke_evolution_s_gift_of_play_from_bonobo_apes_to_humans.html<a href="http://www.ted.com/talks/lang/por_br/isabel_behncke_evolution_s_gift_of_play_from_bonobo_apes_to_humans.html">http://www.ted.com/talks/lang/por_br/isabel_behncke_evolution_s_gift_of_play_from_bonobo_apes_to_humans.html</a>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-80446113976414927752011-04-09T14:46:00.000-07:002011-04-09T18:47:09.234-07:00O Principio Econômico em Reich e a Questão da Consciência: (Parte II- pag.77 até pag.91)<div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Quadro 3.2: epistemologia do estado ambivalência – Reich</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Freud > PM: autonomia da destrutividade em relação à libido > ignora a biologia e a sociologia > isenta o processo civilizitatório de qualquer responsabilidade na produção da destrutividade humana > resignação diante do mal e da injustiça > resta à pressão libidinal tão somente a via progressivamente mais estreita das satisfações parciais e das sublimações mitigadas, cujos efeitos sobre a economia impulsional logo se esvanecem.</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Reich > irrupção do afeto ligado a um conteúdo ideativo no campo da Cs produzia certo alívio (expressão emocional e eliminação de uma parte da contracatexia pré-consciente) mas não são capazes de operar uma mudança significativa na <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">fonte</b> da energia do sintoma ou do traço de caráter neurótico > “núcleo somático da neurose” > passiveis de acesso mediante uma técnica adequada que alcance o desequilíbrio econômico na base da estrutura > abole as distinções entre psiconeuroses e neuroses atuais > distinção operacional entre as organizações libidinais que viabilizam um funcionamento auto regulado da economia dos impulsos e aquelas que perturbam a auto- regulação econômica -“genital” e “neurótico” > dois tipos paradigmáticos que constituem a mera descrição formal de posições “puras” localizadas nos extremos do arco das organizações caracterológicas > as estruturas individuais apresentam uma combinação variável de posições e intensidades pré –genitais e genitais que caracterizam a singularidade histórica de cada indivíduo > podem ser mapeadas a partir das características gerais do funcionamento dos tipos básicos > tipologia diagnóstica que permite a formulação de planos/projetos terapêuticos individualizados caso a caso, além de viabilizar o rastreio da evolução de cada tratamento > “caminho Real para a consciência” reabrindo a percepção , a motricidade e a atenção através da reversão das barreiras de caráter , o que confere acesso direto à organização libidinal em curso na atualidade do corpo.</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Neurociências (Graeff) > transformação do Eu encontra-se em intima relação com a progressiva maturação e entrada em ação das instâncias cognitivas superiores ancorada na atividade das regiões pré-frontais > “segundo sino de alarme” ativado por ameaças simbolicamente codificadas > fonte mais prevalente de ansiedade nas sociedades humanas civilizadas. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span></span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">“ambiente-natural-culturalmente-informado” em interação mútua com a unidade viva dotada de aparelho psíquico > qualquer condição de acoplamento conflituoso com o ambiente<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>constitui o fator histórico <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que engendra o conteúdo das fantasias inconscientes nele referenciado > a fantasia engendra uma inibição das possibilidades genitais , o que forma a ansiedade por estase > a ansiedade montante anima o conteúdo histórico e reforça as fantasias dele derivadas inibindo ainda mais as operações genitais > causalidade circular simultânea que leva da ansiedade à angustia e desta ao pânico, no domínio somático; e a formações fantasiosas progressivamente mais delirantes, incapacitantes e destrutivas no plano mental > fatores quantitativos na intensidade das fantasias > a estase libidinal pode ser prevenida pelos efeitos da descarga orgástica periódica sobre o conjunto da economia sexual.</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Neurociências > fator histórico comparece no campo da atividade cognitiva superior que expressa conteúdos no campo da CS, enquanto o fator quantitativo (disfunção autonômica/estase) comparece como a atividade emergente, na rede neural, a partir dos <i style="mso-bidi-font-style: normal;">inputs</i> somáticos (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Botton-up</i>) que informa e configura os limites e possibilidades atuais do campo de trabalho global da Cs</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Potência orgástica: "A habilidade em experienciar a entrega completamente involuntária ao orgasmo durante o abraço genital” (Reich)</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">Função do orgasmo: tem a propriedade de esgotar a ansiedade atual do sistema <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>biológico > ganha um encargo adicional no plano da subjetividade individual que se superpõe àquela simples preservação da espécie no plano coletivo (darwinismo mecanicista) > <i style="mso-bidi-font-style: normal;">topdown</i></span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">O aparelho psíquico constitui uma propriedade emergente filogeneticamente evoluída e ancorada na constante flutuação dos parâmetros somáticos de base (2º salto evolucionário) > os novos domínios operam segundo leis e propriedades básicas do domínio que o antecede > a relativa autonomia da vida sexual humana frente às pressões instintuais revela-se não só uma propriedade do novo domínio constituído pelo 2º salto evolucionário como mostra-se tributaria à economia do aparelho psíquico > os humanos encontram-se assim, submetidos a duas ordens igualmente pressionadoras: os instintos naturais e as pressões culturais</span></div><div class="MsoListParagraph" style="margin: 0cm 0cm 0pt 36pt; mso-list: l0 level1 lfo1; text-indent: -18pt;"><span style="font-family: Symbol; mso-bidi-font-family: Symbol; mso-fareast-font-family: Symbol;"><span style="mso-list: Ignore;">·<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></span></span><span style="font-family: Calibri;">PN > a carga libidinal pode ser entendida enquanto intensidade de agenciamentos somáticos e ambientais sobre os circuitos cerebrais filogeneticamente antigos, cuja atividade produz padrões emocionais que, ao atingir a consciência, são percebidos subjetivamente como sentimentos (Damasio, Panksepp) > <i style="mso-bidi-font-style: normal;">proto-Self</i> <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>- de filiação mais sensorial e <i style="mso-bidi-font-style: normal;">SELF</i> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">Simple Ego-Type Life Form</i>)- organizado em torno dos circuitos motores arcaicos > pontos nodais ancestrais de convergência das informações relativas ao corpo e ao ambiente que, uma vez coerentemente organizadas, constituem o substrato neurobiológico do Si primordial (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">primal Self</i>) – uma istância de localização subcortical muito baixa mas de importância nuclear para o estabelecimento dos estratos superiores do campo da Cs e seus conteúdos <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>> o estatuto biológico da economia libidinal enquanto modelo hidráulico de carga-descarga ou carga-estase revelar-se-á superado > abordada agora em termos de padrões de competição flutuante entre os diversos Sistemas Emocionais em Operação (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">SEOs</i>) na origem dos estados emocionais de fundo e seus efeitos sobre as atividades cognitivas, conscientes e inconscientes > o <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>núcleo atual da estase libidinal será abordado em termos de persistência temporal de um padrão hegemônico de disparo ao nível dos circuitos subcorticais de emoção com predomínio dos SEOs MEDO e RAIVA sobre BUSCA, BRINCADEIRA e EROTISMO (ligados à percepção subjetiva de interesse ativo pelo ambiente, de interações sociais colaborativas e das experiências de prazer erótico e cuidado parental) > a flutuação do protagonismo subcortical entre os diversos SEOs e suas combinações pode afetra o FA > clinica neurodinâmica da subjetividade: instrumentaliza o FA promovendo um alargamento do caminho Real para a Cs.</span></div>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4489723039708523893.post-41392694306560818442011-04-06T13:05:00.000-07:002011-04-06T13:05:49.819-07:00O Mito de ProcustoProcusto representa a intolerância do homem em relação ao seu semelhante. <br />
O mito já foi usado como metáfora para criticar tentativas de imposição de um padrão em várias áreas do conhecimento, como na economia, na política, na educação, na história, na ciência e na administração.<br />
<br />
Procusto era um famoso salteador da Ática, antiga região grega que, segundo a tradição, dividia-se em doze estados pelasgos, os primitivos habitantes que povoaram a Grécia e a Itália por volta de 2000-1600 a.C., cujas cidades principais eram Atenas, Pireu e Elêusis. <br />
Sanguinário ao extremo, Procusto não se limitava a assaltar os viajantes que transitavam pelas estradas onde ele exercia sua atividade criminosa, mas também os submetia a um suplício bárbaro: os prisioneiros eram colocados em uma cama, e os de pequena estatura, que não ocupavam toda a extensão do leito, sofriam um processo de estiramento com cordas ligadas a roldanas, para que se adaptassem perfeitamente a ele; já os de tamanho maior, simplesmente tinham as partes que sobravam cortadas a machado. <br />
Os gritos dos mutilados eram ouvidos por toda a Grécia, até que uma deusa decidiu intervir. <br />
Palas Atena, deusa guerreira e símbolo da sabedoria quis saber o que acontecia. <br />
Procrusto justificou seus atos dizendo que agia conforme a justiça e a razão: <br />
“As diferenças são injustas, pois permitem que uns se sobressaiam e subjuguem os demais”. <br />
Convicto, ele afirmou:<br />
“Minhas camas acabam com as diferenças, igualando a todos os homens. Isto é justo. Isto é razoável.”<br />
Palas Atena ficou sem palavras! <br />
Decepcionada, a deusa voltou ao Olimpo. <br />
O silêncio de Palas Atena reforçou a crueldade de Procrusto. <br />
Para ele, aquele silêncio era um sinal de aprovação. <br />
Dessa forma, Procrusto continuava impune eliminando cruelmente as diferenças. <br />
Em seu desvario, enquanto mutilava ele expunha suas razões para cada vítima.<br />
Seu reinado de terror continuou até que foi capturado pelo herói ateniense Teseu, filho tanto de Egeu, rei de Atenas, quanto de Posêidon, deus do mar, e Etra, filha de Piteus, rei de Troezen que, em sua última aventura, prendeu Procusto lateralmente em sua própria cama e cortou-lhe a cabeça e os pés, aplicando-lhe o mesmo suplício que inflingia aos seus hóspedes.<br />
<br />
<span style="font-style: italic;">Alienado em sua crueldade, Procusto achou que a visita de Teseu fosse amistosa.<br />
Ele se autopromove sem o menor pudor:<br />
“Convenhamos, bravo Teseu, minhas ações são todas muito razoáveis e justas. <br />
Até mesmo a deusa Palas Atena veio me visitar; quando expus minhas razões, caro Teseu, ela simplesmente nao soube o que dizer”.<br />
A resposta de Teseu deu fim aos suplícios de Coridalos: <br />
“Louco! As pessoas são diferentes e cada um tem o direito de ser como é, uns grandes, outros pequenos. <br />
Não é justo igualar os homens, impedindo que cada um seja como é”. <br />
Enquanto ensina um pouco de ética e justiça, Teseu joga Procrusto em uma das camas, submetendo-o ao seu próprio método. <br />
Depois de ter as pernas decepadas, o ex-gigante exclama “eu só estava sendo justo!”. <br />
Teseu quis que o gigante experimentasse o próprio remédio. <br />
Mesmo sem parte das pernas, o corpo ainda estava maior que a cama. <br />
Teseu então ajusta Procrusto à própria cama cortando-lhe a cabeça.</span><br />
<br />
<br />
<a href="http://1.bp.blogspot.com/_BBEFnC3wpps/S7_KpNf7vBI/AAAAAAAAKDE/m4V0rSSUTCU/s1600/procusto-y-theseo.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5458304082743376914" src="http://1.bp.blogspot.com/_BBEFnC3wpps/S7_KpNf7vBI/AAAAAAAAKDE/m4V0rSSUTCU/s400/procusto-y-theseo.jpg" style="cursor: hand; float: left; height: 187px; margin: 0px 10px 10px 0px; width: 260px;" /></a><br />
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O leito de Procusto é a metáfora da medida única: se sobra, corta; se falta, estica. <br />
De fazer caber em uma única cama o que, por natureza, não tem medida única. <br />
De tornar pessoas de diferentes tamanhos aleijados funcionais.<br />
<br />
Extraído do blog: <a href="http://luciajardimdasletras.blogspot.com/2010/04/o-mito-de-procusto-o-leito-de-procusto.html">http://luciajardimdasletras.blogspot.com/2010/04/o-mito-de-procusto-o-leito-de-procusto.html</a>Fabianhttp://www.blogger.com/profile/15144714086317926774noreply@blogger.com0