Tenho uma dúvida.
Nos anos 80 e 90, fiz muitos cursos e vivências de terapias/práticas corporais, inclusive do shiatsu. Sou super desajeitada, mas estranhamente (estranhíssimamente) na hora de praticar, "baixa" um santo do faz-tudo e eu acabei sendo em várias turmas às quais pertenci uma das melhores praticantes dos ditos cursos/vivências.
Reparo então o seguinte: nem sempre quem melhor "entende" (com a cabeça) é quem melhor pratica (com o corpo) este tipo de abordagem que tem o corpo como base. Ás vezes, com muita dedicação o tipo que chamarei de -"mental" consegue praticar direitinho, mas nem sempre. Nem tudo é explicável e sistematizável de forma a que quem tem mais tendência ao pensar consiga "executar" estas performances que têm o corpo como centro do assunto.
Mesmo na super teórica prática psicanalítica acontece algo semelhante: nem sempre o melhor estudante ou teórico é o melhor clínico. Ou seja: até mesmo um treco totalmente totalmente teórico- como é o caso da psicanálise- na prática exige aptidões que o indivíduo mais "mental" não consegue realizar com tanta eficiência quanto o que consegue na teoria.
O fato de estarmos estudando da forma como o estamos fazendo agora- lendo e conversando sobre, sem praticar nada- não pode ser uma faca de dois legumes? Não deveríamos associar um pouco a teoria à prática de maneira a "funcionarmos" melhor quando fôssemos clinicar?
Sem dúvida é preciso a base teórica para que as coisas tenham a dimensão teórica correta e para que todos possamos alcançar um patamar comum. Mas será que não seria interessante termos algum espaço para um papo prático de tudo o que estamos abordando?
Pelo que entendi, o papo mais prático começará lá adiante. Mas do jeito como entendo que estas coisas acontecem, talvez a prática devesse vir juntinho da teoria, até para que fôssemos sanando desde já os problemas que uma prática implica.
Acredito que isso implicasse em aumentar e/ou atrasar o curso. Sei lá. Eis aí minha meta-questão ;).
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