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sábado, 4 de junho de 2011

União gay


Tenho aprendido, ao longo da vida, o que é saber aceitar as diferenças. Sejam elas de gênero, cor, religião, futebol, etc. Relevar essas diferenças é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Dito isto, tratemos do tema referido no título desta crônica, pois aprender a se adaptar é o melhor que podemos fazer enquanto estamos vivos.

Comecemos por tentar entender o que é homossexualidade, ou melhor dizendo, o que não é. Não é opção! Optar é um ato consciente de vontade. Você, leitor, optou por ler esta matéria, mas havia outras que poderiam ter chamado sua atenção e que deixou para depois. Tampouco você, se é heterossexual, escolheu ser assim. Quando chegou lá na adolescência e começou a fazer suas escolhas objetais, se deu conta que gostava de alguém do sexo oposto. Portanto, repetindo, homossexualidade não é opção, mas sim uma organização da libido que tem a ver com aspectos genéticos e ambientais, da mesma maneira que a heterossexualidade.

Não existem estudos estatísticos de populações inteiras para saber o percentual de cada organização sexual, mas podemos supor que em torno de 80% das pessoas se organizam de forma heterossexual e os demais 20%, homossexuais. Portanto, a homossexualidade é um aspecto da natureza humana, como o é a heterossexualidade.

Por que tanto ódio? Porque o diferente nos assusta, nos confronta, nos faz pensar. E pensar dói! Pensar em si mesmo, em como se tem vivido, o que se tem feito pelo outro, o quanto alguém “diferente” de nós pode viver melhor do que nós! E por aí vamos. Não é atoa que em todas as culturas sempre existiram, e continuarão existindo, os bolsonaros da vida!

Reconhecer estas uniões já deveria ter ocorrido há muito tempo, dando a elas os mesmos direitos, e deveres, que às demais uniões entre homens e mulheres. Assim acontecendo a sociedade não vai se perder, não será o fim da família, nem o caos das relações humanas.

Para finalizar diria que deixemos de ser hipócritas ao pensar que a homossexualidade é uma “aberração humana”; no reino animal já se conhecem 450 espécies que têm indivíduos homossexuais.


Dr. Nei Guimarães Machado

Médico Psiquiatra

Um comentário:

  1. oi, nei!
    gostei do artigo. :) não sabia desse dado das 450 espécies do reino animal.
    só pra compartilhar minha visão sobre o tema também, não vejo muito a homossexualidade (ou homoafetividade, como tenho preferido chamar) como uma "diferença". prefiro ver pelo lado da semelhança, já que, como vc mesmo colocou, é só mais um aspecto da sexualidade humana, assim como a hetero, a bi, a transexualidade. vejo mais como uma característica, sendo uma espécie de resultante da "identificação geral" de cada indivíduo com relação a todas as variantes que cabem na nossa sexualidade: biologia/genética, sociedade, atração/desejo... faz sentido? e ainda acredito que essa "conta" pode ser feita e refeita ao longo da vida... é tudo tão fluido, né?
    concordo que a união homoafetiva já deveria ter sido aprovada há muito tempo. mas acredito que esse reconhecimento tem de vir do foro legislativo também (e principalmente), não apenas do judiciário. acho que aí sim, quando o congresso (e a população) diminuir o medo e resolver ampliar o olhar pra realidade, as relações humanas (brasileiras?) terão dado mais um grande e importante passo. :) e claro, sem esquecer da liberação do casamento civil. :)
    beijos e até amanhã!

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